quarta-feira, 27 de abril de 2011

LIDERANÇA NAS ORGANIZAÇÕES
O caminho “sem volta” para o sucesso


Artigo produzido por Luiz Fernando Magri
Consultor Sênior da Global On Consultores Associados


Em um mundo cada vez menor, o ritmo das mudanças é ditado pelo avanço tecnológico e pelos interesses econômicos e sociais do mercado.
Para sobreviver, as organizações se vêem forçadas a buscar um entendimento claro sobre o ritmo, intensidade e direção das mudanças, uma vez que, quando tais sinais não são compreendidos corretamente e a tempo, afetam negativamente o desempenho corporativo.

Dentro deste cenário, o exercício da liderança vem se tornado a chave para transformar,  através da ação dos colaboradores, os efeitos nocivos das mudanças em oportunidades de crescimento organizacional.
Atualmente, não há como não reconhecer a importância da liderança no desempenho das empresas, quer sejam elas públicas ou privadas, haja vista que este tema já ocupa uma posição de destaque nas discussões em organizações e eventos empresariais.

Inicialmente, é importante ressaltar que ao mencionarmos liderança, não devemos considerá-la como sendo sinônimo de uma relação hierárquica do tipo chefe / subordinado, e nem tão pouco circunscrita apenas ao âmbito corporativo.

Se por um instante, observarmos a nossa volta, veremos que a liderança está presente em todos os momentos de nossas vidas. Frequentemente, há sempre alguém procurando influenciar o comportamento de uma ou outra pessoa, ou mesmo de um grupo. De alguma forma, em um ou outro momento da vida, todos procuram exercer liderança, quer seja em atividades ligadas a uma empresa, a uma instituição educacional, a uma organização pública ou mesmo no seio familiar.

A liderança, ao contrario da chefia, não pode ser estabelecida ou determinada por uma pessoa à outra. A liderança é uma condição que necessita de aceitação, de reconhecimento e adesão do liderado, à figura e as idéias do líder, é a conquista de corações e mentes. O poder que o conduz os líderes a esta condição, não emana de nomeações, mas sim dos chamados “poderes pessoais”, oriundos de seus valores, reputação, competência, dedicação, visão e empatia. É extremamente desejável, por parte das empresas, que seus gerentes também se tornem líderes. Inclusive, há inúmeros casos de sucesso onde as duas condições (chefe e líder) coexistem harmoniosamente.

Uma energia valiosa

·    Você já percebeu que as pessoas que se envolvem com trabalhos voluntários, o fazem sem receber um centavo se quer, e com a maior disposição e alegria?
·    Quantas pessoas você conhece que trocaram de trabalho, para ganhar um salário melhor, e depois se arrependeram?

Perceba que estas questões têm um ponto em comum. Trata-se da presença ou ausência de uma energia que é capaz de modificar consideravelmente as reações do corpo e da mente:   A MOTIVAÇÃO.

Mas o que é a motivação?

Motivação é uma energia que nos impulsiona a fazer, despertada pela expectativa da obtenção de prazer (recompensa) com determinada atividade.
Sabemos hoje, devido a pesquisas na área comportamental, que determinadas recompensas não são capazes, isoladamente, de propiciar motivação ao indivíduo por longos períodos de tempo, ou seja, de forma contínua.
Na verdade, salários, promoções e benefícios em geral, têm potencial motivador limitado, pois, uma vez conquistadas, tais recompensas perdem, ao longo do tempo, sua capacidade de manter os níveis iniciais de motivação. Por outro lado, a sua ausência ou aplicação de forma injusta, é capaz de gerar desmotivação no indivíduo.
Estudos apontam que todas as recompensas, advindas da satisfação de necessidades de origem interna, tais como, pertencimento a grupos sociais, reconhecimento do indivíduo por feitos ligados a valores pessoais e auto-realização, são altamente motivadoras e têm caráter duradouro.

Liderança Eficaz

O principal objetivo de uma liderança eficaz é tornar o trabalho um caminho seguro para a realização pessoal do liderado e com isso, obter resultados sustentáveis para a organização.

Para que isso ocorra, o líder deve buscar o despertar da motivação, trabalhando a satisfação e realização nos liderados, através de ações permanentes que reforcem uma percepção verdadeira de que os mesmos:
ü  Estão sendo úteis e valiosos em seu trabalho;
ü  Estão sendo desafiados e tendo a chance de mostrar sua capacidade;
ü  São reconhecidos por seus feitos;
ü  São respeitados e aceitos com suas diferenças;
ü  Recebem apoio quando necessitam;
ü  Recebem responsabilidade à medida que amadurecem profissionalmente;
ü  Estão sendo capacitados (a empresa está investindo e apostando neles);
ü  São parte importante de uma equipe e esta se mostra vencedora;
ü  São tratados com equidade e de acordo com sua individualidade.*  
     *Não há nada mais desigual do que tratar igualmente pessoas que não são iguais. 
(Ken Blanchard, 2007)

Um dos pontos cruciais para o bom desempenho do líder reside na adaptabilidade de seu estilo de liderança ao grau de desenvolvimento de cada liderado. Muitas vezes, a mesma pessoa que apresenta certo grau de maturidade em uma determinada tarefa, passa a apresentar um grau inferior ou superior em outra, necessitando desta forma, que o líder utilize outro estilo de liderança, mais adequado a nova situação.
Somente pela empatia, o líder poderá desenvolver sua capacidade de diagnosticar e identificar o nível de maturidade do liderado e assim, através de um estilo apropriado de liderança, conduzi-lo a obtenção de melhores resultados.
Ao orientar o liderado, através de um processo de evolução e amadurecimento, o líder possibilita que ele passe a reagir com mais segurança e confiança à medida que novas situações se apresentarem.

Essencialmente, uma arte

Não é difícil perceber que o exercício da liderança eficaz é um processo que envolve descoberta e capacitação contínua de pessoas. Em essência, a liderança é a arte do relacionamento, que conduz as pessoas a um nível existencial mais elevado, as torna mais completas e felizes, e possibilita que retornem à sociedade, o que de melhor têm a oferecer.


REFERÊNCIAS

BLANCHARD, Ken. Liderança de alto nível / Ken Blanchard, colaboração de Marjorie Blanchard ... [et al]; Rosalia Neuman Garcia. Porto Alegre: Bookman, 2007.

FIEDLER, Fred E. A theory of Effectiveness. / Fred E. Fiedler. New York: McGraw-Hill Book Company, 1967.

FIORELLI, José Osmir. Psicologia para Administradores: Integrando teoria e pratica / José Osmir Fiorelli. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007.

HERSEY, Paul. BLANCHARD, Kenneth H. Psicologia para administradores: A teoria e as técnicas da liderança situacional. / Paul Hersey e Kenneth H. Blanchard; Tradução: Edwino A. Royer,  São Paulo: EPU, 1986.  

sábado, 2 de abril de 2011

Caso Wikileaks alerta empresas sobre riscos do vazamento de informações

Mais uma reportagem que destaca a importância das empresas em olharem para a informação como seu principal ativo!! E mais: o foco das organizações deve ser muito mais "na mudança de comportamento das pessoas" do que na tecnologia. 
 
A reportagem foi publicada no Valor OnLine em 01 de abril de 2011, intitulada “Caso Wikileaks alerta empresas sobre riscos do vazamento de informações”. Replico abaixo a reportagem, que pode ser acessada também pelo link
 
Abraços a todos!!
 
Caso Wikileaks alerta empresas sobre riscos do vazamento de informações
Janes Rocha | De Nice - 01/04/2011

Em 2010 o site de notícias Wikileaks protagonizou um dos episódios mais polêmicos do ano ao divulgar para o mundo documentos sigilosos vazados do governo americano. Para Mike Redding, diretor global da área de pesquisa e desenvolvimento da consultoria Accenture, o caso traz duas lições importantes para as empresas em termos de gerenciamento de informações internas.

Primeiro, é preciso pensar em distribuir as informações por camadas hierarquizadas desde o início do desenvolvimento dos sistemas. Segundo, é fundamental delimitar muito bem dentro da empresa quem vai ter acesso a quê.

"Embora ainda não tenhamos todos os dados disponíveis sobre o caso Wikileaks, pelo que tem sido divulgado o problema foi que havia um sujeito de um nível bem baixo na hierarquia militar que tinha acesso a muita informação que não precisava ter. Eles tinham, obviamente, um nível básico de segurança. Era uma abordagem simplista", afirmou.

Formado em engenharia elétrica e ciência da computação pela Universidade de Princeton nos EUA, Redding é especialista em gerenciamento de informações, comandando, de sua base em Chicago, nos Estados Unidos, os seis laboratórios de tecnologia da Accenture no mundo - San José (Califórnia), Reston (Virgínia), Chicago (Illinois), Sophia Antipolis (França), Bangalore (Índia) e Beijing (China).

Ele falou ao Valor no intervalo de uma apresentação para a imprensa internacional das pesquisas desenvolvidas pela Accenture em sua sede no polo tecnológico de Sophia Antipolis, nos arredores da cidade de Nice, na Costa Azul francesa.

Redding disse que o vazamento de informações dentro de uma organização não é um problema apenas dos governos em geral e das Forças Armadas. A situação dentro das empresas, segundo ele, é ainda pior. "Se um profissional precisa acessar 15 sistemas e possui senhas diferentes para cada um deles, ele vai acabar escrevendo isso em algum lugar para poder se lembrar", afirma. Esse comportamento torna o sistema vulnerável e, junto com a grande pressão dentro das companhias para tornar as coisas mais fáceis e ágeis, torna os controles frágeis. "É nesse momento que você começa a deixar dados disponíveis para quem não precisa vê-los", alerta Redding.

Na opinião do especialista, o problema da maioria das empresas é mais de organização do que de soluções puramente tecnológicas. É preciso tomar cuidados desde os mais simples, como prestar atenção a comportamentos estranhos dentro da empresa. "Por que aquele funcionário baixou centenas de milhares de documentos? Que tipo de trabalho ele faz que precisa de todas essas informações no seu computador?", diz.

Ele menciona outro exemplo, desta vez em uma empresa de seguros que tem um atendente que começa a acessar cadastros dos clientes além da média. "Se ele atende 200 chamadas e acessa 500 arquivos por dia, alguém precisa questionar o que está acontecendo", afirma.

O importante, segundo ele, é que as empresas fiquem atentas e procurem por comportamentos que fujam dos padrões para um setor ou um indivíduo. "Não significa necessariamente que haja algo errado, mas vamos checar".