sábado, 22 de dezembro de 2012

TERMÔMETRO ECONÔMICO - Dezembro de 2013

No mês de dezembro, o Ambiente Econômico apresenta como destaque a confirmação sobre o baixo crescimento econômico brasileiro previsto para 2012, mas com expectativa de aumento para 2013. Além disso, a inflação se mostra cada vez mais pressionada, com perspectivas preocupantes para o próximo ano, o que pode fazer o governo rever sua política de fomento ao crescimento sem segurar a inflação via aumento de juros.
  • IBC-Br inicia o 4º trimestre com alta de 0,36% em outubro: A economia brasileira iniciou o 4º trimestre com expansão de 0,36% em outubro sobre o mês anterior, de acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br avançou em outubro 3,20%, em 12 meses, acumula alta de 1,21%, de acordo com dados dessazonalizados. O indicador mostrou ainda recuperação em relação a setembro, quando o índice recuou 0,52% segundo dados dessazonalizados. O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: Serviços, Indústria e Agropecuária. O governo tem defendido que a economia começou a ganhar tração melhor neste final de ano, depois de o PIB ter crescido apenas 0,6% no 3º trimestre, muito abaixo do esperado e deixando claro que a recuperação ainda era bem lenta. O resultado do trimestre passado veio com a pior retração dos investimentos em mais de três anos. Outros indicadores também mostram que a economia pode estar ganhando mais força. Entre eles, as vendas no varejo, que cresceram em outubro pelo 5º mês seguido, com alta mensal de 0,8% ante setembro, no maior ritmo desde julho. A Produção Industrial, setor que vinha mostrando maior dificuldade de recuperação devido à crise mundial, também voltou a crescer em outubro, 0,9% frente a setembro. Ainda assim, permaneceram sinais de que os investimentos no setor não estão se recuperando.
  • Boletim Focus reduz estimativa do PIB em 2012 para 1,00%: De acordo com o último Boletim Focus de 14 de dezembro, o Banco Central reduziu mais uma vez a previsão do PIB para 2012, de 1,27% no início do mês, para 1,00%. Para 2013, a projeção caiu, pela 5ª semana seguida, para 3,40%.
  • Redução de impostos foi a principal aposta para reativar o PIB em 2012: As reduções de impostos em setores específicos marcaram uma virada na condução da política econômica em 2012. Medidas tomadas pelo governo ao longo do ano tinham como alvo o setor produtivo, além de tentar estimular o consumo para preservar uma trajetória satisfatória de crescimento. Mas os efeitos da desaceleração da economia na Europa, nos Estados Unidos e na China, os principais parceiros comerciais do Brasil, aliado a fatores internos, como o baixo ritmo de investimentos, fez o contraponto aos planos do governo. Só no mês de dezembro houve anúncios de desoneração da folha de pagamento de empresas da construção civil e a redução do prazo de incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para operações de financiamento externo. O governo também anunciou investimentos de R$ 54,2 bilhões até 2017 para o setor portuário, via novas concessões, a centralização do planejamento dos portos na Secretaria de Portos, a criação de uma Comissão Nacional de Praticagem e aportes em dragagem e nas estruturas portuárias. Outros R$ 2,6 bilhões serão investidos em acessos hidroviários, ferroviários e rodoviários e em pátios de regularização de tráfego nos 18 principais portos públicos brasileiros. No fim de outubro a presidenta Dilma Rousseff havia decidido prorrogar as alíquotas menores do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) até 31 de dezembro. Em setembro, o governo decidiu adotar medidas para diminuir a conta de energia elétrica dos consumidores comuns, o que agora foi aprovado. As rodovias e ferrovias também ganharam um pacote para tentar solucionar antigos gargalos de logística do país. O plano de concessões anunciado em agosto, de R$ 133 bilhões, teve como objetivo reduzir o Custo Brasil e tornar a economia brasileira mais competitiva. Para 2013, o governo avalia a possibilidade de manter alguns dos estímulos provisórios que deveriam ser retirados a partir de janeiro. Uma das preocupações do governo é com o impacto no crescimento econômico e na inflação decorrente da retirada total dos incentivos no 1º trimestre do ano que vem. Pesa contra a renovação o efeito negativo no comportamento do consumidor de sucessivas renovações de benefícios. Entretanto, na visão deste boletim, o governo tenderá a continuar investindo nessa política, apesar dos efeitos colaterais observados.
  • Dilma diz que redução de impostos será sua maior luta: A presidente Dilma Rousseff afirmou que a redução dos impostos será uma de suas maiores lutas em 2013. "Um jornalista me perguntou: e a economia, presidente? A economia, estamos resolvendo em muitos lugares, baixando juros, fazendo câmbio ser mais real, assegurando redução das tarifas de energia, diminuindo impostos, o que é muito importante. No próximo ano, essa vai ser uma das minhas maiores lutas, a redução de impostos", completou Dilma, que voltou a destacar que quer tornar o Brasil um país de classe média. Ela disse também que é importante destinar recursos dos royalties do petróleo para a área de educação. "Considero importantíssimo que todo dinheiro que tivermos dos royalties, das participações especiais, ou do fundo social vá para educação", disse Dilma. E destacou as peculiaridades da realidade brasileira, que compreende situações de extrema pobreza a investimentos em tecnologia de ponta. Para Dilma, a "ponte" é a educação.
  • Brasil perde posto de 6ª maior economia do mundo: A desvalorização do Real em relação ao Dólar fez o Brasil perder o 6º lugar no ranking das maiores economias do mundo. Considerando o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no 4º trimestre de 2011, e no 1º, 2º e 3º trimestres deste ano, o país voltou para a 7ª posição, atrás do Reino Unido. A atividade econômica brasileira em marcha lenta foi decisiva para que a distância entre os dois países subisse para a casa dos US$ 200 bilhões, o equivalente ao PIB da Romênia. A Economist Intelligence Unit (EIU), responsável pelo levantamento, calcula que a economia do Brasil só voltará a ultrapassar a britânica em 2016. "Segundo nossas estimativas, o país vai continuar crescendo mais do que o Reino Unido ao longo desses anos, mas, levando-se em conta a evolução da taxa de câmbio projetada para o período, o Brasil só voltará a ser 6º em 2016", explicou o economista da EIU responsável pela América Latina, Robert Wood. A EIU, braço de análise da revista britânica Economist, considera no levantamento apenas o PIB nominal dos países (resultado da soma das riquezas produzidas) convertido em Dólar. Por isso, na ‘disputa’ Brasil/Reino Unido, pesou a expressiva desvalorização do Real ante a moeda americana em 2012. Como é inimaginável que o Brasil cresça os quase 16% que compensariam o desempenho das taxas de câmbio no ano, o país perderia a 6ª posição do ranking de qualquer forma. No entanto, se o desempenho da economia brasileira fosse melhor, a diferença entre os dois países seria inferior aos quase US$ 196 bilhões de hoje. O Brasil cresceu 0,7% de janeiro a setembro deste ano, enquanto o Reino Unido registrou estagnação no período. Caso o Brasil tivesse crescido no mesmo ritmo de outros pares latino-americanos, como Chile e Peru, que vêm se expandindo na casa dos 5%, teria encurtado a distância. O PIB nominal em Dólar é apenas uma das métricas usadas para medir o tamanho e o dinamismo de uma economia. "Vários estudos apontam que, quanto maior é uma economia, mais atraente é para investimentos estrangeiros", disse o professor de economia do Insper Eduardo Correia. "Nesse quesito, portanto, o Brasil está bem. Mas em várias outras medidas deixamos a desejar”. Correia lembra que, no ranking do Banco Mundial que mede o PIB per capita, o Brasil ocupa apenas a 75ª posição. "No caso dos rankings que mensuram a qualidade da educação, a situação é ainda pior: o Brasil está no 88º posto”. Independentemente da métrica escolhida, é consenso que o Brasil precisa crescer mais rápido para melhorar as condições de vida da população, o que se refletirá nos diferentes rankings comparativos. "Várias questões que contribuíram para a expansão mais forte do Brasil nos últimos anos não estão mais soprando a favor", disse Wood, referindo-se ao "boom" dos preços das commodities, mercado de trabalho favorável e mudança estrutural no crédito. "Daqui para a frente, o país precisa ter ganhos de produtividade, o que passa por um menor ativismo do Estado, entre outros fatores”. O economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa, observa que a média de crescimento do PIB nos dois primeiros anos do governo Dilma é inferior a 2% ao ano - 2,7% em 2011 e 1% estimados para 2012. Para o ano que vem, o economista da Sul América projeta alta de 3,3% do PIB, o que elevaria a média anual para 2,3%. "A queda do Brasil no ranking mundial das maiores economias decorre, principalmente, da taxa de câmbio. Mas, independentemente disso, o desempenho da economia tem sido fraco”. Para Correia, do Insper, se o Brasil mantivesse uma média de crescimento anual ao redor de 3%, conseguiria, pouco a pouco, reduzir a distância para as economias mais bem colocadas no ranking.
  • Relatório final do Orçamento prevê salário mínimo em R$ 674,96: O salário mínimo a vigorar em 2013 deverá ser fixado em R$ 674,96, de acordo com o relatório final entregue na Comissão Mista de Orçamento pelo relator geral do projeto, senador Romero Jucá (PMDB-RR). Jucá afirmou que precisou alterar a proposta encaminhada pelo governo de R$ 670,95 para adequar o valor à lei atual que determina o cálculo do reajuste do mínimo pelo crescimento do PIB de dois anos anteriores mais a inflação medida pelo INPC. Jucá explicou que houve uma reestimativa de inflação e que essa diferença de valor significará R$ 1,36 bilhão a mais de gastos. O relator manteve em seu parecer o aumento salarial de 5%, em 2013, para as carreiras do funcionalismo público que negociaram reajustes com o governo. O senador afirmou que, embora os funcionários do Poder Judiciário insistissem em aumentos maiores, não há espaço fiscal para isso. O acordo do governo com os servidores prevê o mesmo índice de 5% de aumento por três anos, até 2015.
  • COPOM deve manter SELIC em 7,25% ao ano na 1ª reunião de 2013: O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central deverá manter a SELIC em 7,25% na próxima reunião que acontecerá em 15 e 16 de janeiro de 2013. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que os juros estão hoje mais próximos dos verificados no resto do mundo, mas ressaltou que a instituição não abandonou a política monetária e poderá fazer ajustes nos juros, para cima ou para baixo, quando necessário. Para 2013, o mercado estima a SELIC também em 7,25%. É importante destacar a inflação está pressionada, e talvez o governo decida, a partir da 2ª reunião de 2013, repensar sua política de manutenção da SELIC em baixa. Juntamente com a expectativa de crescimento econômico mais alto no próximo ano, a volta da política monetária como instrumento de controle da inflação tem grande chance de retornar.
  • Dólar deve fechar 2012 mais próximo de R$ 2,10: O Dólar deve encerrar o ano mais próximo de R$ 2,10. A previsão para a taxa de câmbio, feita pelo Banco Central para 2012, conforme o último Boletim Focus de 14 de dezembro, está em R$ 2,08. Para 2013, a taxa de câmbio também está estimada em R$ 2,08.
  • IPCA-15 de dezembro fica em 0,69%: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial brasileira, subiu 0,69% em dezembro, e ficou 0,15 ponto percentual acima da taxa de 0,54% verificada em novembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com isso, no acumulado do ano, o IPCA-15 registrou alta de 5,78%, acima dos 12 meses encerrados em novembro, quando ficou em 5,64%. Em dezembro de 2011, o IPCA-15 havia sido de 0,56%. Ou seja, confirmam-se as previsões do mercado e deste próprio boletim que o resultado da inflação oficial brasileira ficará distante do centro da meta estipulada pelo governo, que é de 4,50%. A expectativa do Banco Central, em seu último Boletim Focus de 14 de dezembro, é que o IPCA encerre 2012 em 5,60%. Para 2013, a projeção é de 5,42%. Mais grave ainda, verifica-se uma pressão inflacionária nos últimos meses, o que pode levar o governo a retomar sua política de controle da inflação via aumento da taxa de juros.
  • IGP-M deve fechar 2012 em 7,62%: O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a chamada ‘inflação do aluguel’, deverá encerrar 2012 em 7,62%, segundo as projeções do Banco Central, em seu último Boletim Focus de 14 de dezembro. Para 2013, a projeção é de 5,29%.
  • Inadimplência do consumidor caminha para normalização em 2013: O nível de inadimplência dos consumidores brasileiros deve apresentar comportamento mais favorável em 2013, marcando uma trajetória de normalização após quase dois anos de crescimento, estimou a SERASA Experian. O indicador de perspectiva da inadimplência do consumidor, que permite prever os movimentos cíclicos da inadimplência com seis meses de antecedência, recuou 1% em outubro, a 98,9, mantendo uma sequência de reduções mensais. "O desemprego historicamente baixo e ganhos salariais acima da inflação, as perspectivas de manutenção dos juros básicos em patamares também historicamente baixos e a melhora gradativa do crédito contribuirão para que a inadimplência do consumidor consiga uma trajetória de normalização no ano que vem", afirmaram os economistas da SERASA. O índice de inadimplência do consumidor apurado pela SERASA caiu 0,1% em novembro ante outubro, mas avançou 13% sobre um ano antes. A entidade também estimou que a inadimplência das empresas deve registrar queda gradual em 2013, após o indicador cair 1,5% em outubro ante setembro, para 92,4. Além da taxa básica de juros mantida em níveis historicamente baixos, a SERASA destacou expectativas de aceleração do crescimento econômico e a confirmação dos prognósticos de um cenário internacional menos conturbado em 2013 como fatores que podem favorecer o cenário de inadimplência das empresas.
  • País gerou 46.095 empregos formais em novembro: Segundo os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram criados no Brasil, no mês de novembro, 46.095 novas vagas de emprego com carteira assinada. No acumulado do ano, foram gerados 1.771.576 novos postos de trabalho. Em termos setoriais, os dados mostram que o Comércio (+109.617 novos postos) registrou o maior aumento do mês. O setor de Serviços (+41.538 novos postos) também apresentou variação positiva em novembro. Já os setores da Construção Civil, devido ao término de contratos e condições climáticas, da Agricultura, devido à presença de fatores sazonais negativos, e da Indústria da Transformação, devido aos ajustes da demanda das festas do fim do ano, registraram queda no emprego (-41.567, -32.733 e -26.110, respectivamente).
  • IBGE aponta queda no desemprego em novembro: O desemprego brasileiro caiu para 4,9% em novembro, ante 5,3% em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a menor taxa para o mês de novembro desde o início da série (março de 2002) e a 2ª menor de toda a série (a menor foi de 4,7% em dezembro de 2011). O rendimento médio real habitual dos ocupados (R$ 1.809,60, o valor mais alto da série iniciada em março de 2002) apresentou alta de 0,8% na comparação mensal e de 5,3% frente a novembro do ano passado.
  • Brasileiro olha mais a prestação que o juro: Mesmo sob um cenário de crédito mais farto e mais barato, 69% dos brasileiros ainda avaliam que "mais importante que os juros cobrados ou os prazos é a prestação caber no bolso". Essa informação está presente na pesquisa da Confederação Nacional da Indústria e Ibope "Retratos da Sociedade Brasileira: Hábitos de Consumo e Endividamento". O estudo abordou questões dentro de quatro grandes grupos: condição financeira do brasileiro, padrão e consumo, efeito da redução dos juros sobre o consumo e endividamento. Sobre a condição financeira, o trabalho da CNI-Ibope apurou que, de maneira geral, a renda familiar cresceu nos últimos 12 meses, ainda que tenha se mantido constante para 59% da população. Fatia de 44% dos consultados afirmou acreditar, na época da realização das entrevistas, que 2012 seria melhor que o ano passado. Em relação a padrão de consumo, o estudo apurou que nos últimos três anos, os brasileiros aumentaram suas despesas com saúde, cuidados pessoais e educação e reduziram gastos com viagens, hobbies e atividades esportivas. Apesar da pesquisa indicar que mais importante é "a prestação caber no bolso", 55% dos entrevistados responderam preferir comprar à vista que a prazo e 60% revelaram intenção de reduzir despesas porque as condições da economia poderiam piorar. Sobre o efeito da redução dos juros sobre o consumo, 33% avaliaram que isto resultaria em aumento das compras e gastos com serviços. Para 31%, o principal destino de um bônus equivalente ao salário seria a poupança. Outra parcela de 23% informou que esse bônus seria utilizado principalmente para o pagamento de dívidas. No quesito endividamento, a pesquisa apurou que 41% dos entrevistados tinham dívida ou estavam pagando algum tipo de parcelamento. A principal razão para se endividar, apontada por 41% dos entrevistados que estavam devendo, foi a compra de bens de consumo duráveis. Entretanto, 42% dos consultados informaram que tinham a situação financeira "no limite do endividamento". Além disso, 85% dos entrevistados endividados informaram ter alguma dificuldade para pagar as dívidas.
 

domingo, 9 de dezembro de 2012

TERMÔMETRO ECONÔMICO - Novembro de 2012

No mês de novembro, o Ambiente Econômico apresenta como destaques os últimos dados do crescimento econômico brasileiros, abaixo das expectativas do mercado e do próprio governo, além da manutenção da SELIC, o aumento da produção industrial, a aceleração da inflação e da inadimplência das empresas, e o pequeno saldo positivo na geração de empregos no país. Conforme apontado no último boletim, o cenário brasileiro confirma perspectiva de encerrar 2012 com fraco crescimento econômico e aceleração inflacionária, o que exigirá do governo novas políticas de incentivo à economia, bem como o adiantamento da decisão de retomada do aumento da taxa de juros para 2013.
  • PIB cresce 0,6% no 3º trimestre de 2012: O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou um crescimento de 0,6% no 3º trimestre do ano em relação ao trimestre anterior, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De julho a setembro, a soma das riquezas produzidas no país chegou a R$ 1,1 trilhão. No acumulado dos 12 últimos meses terminados em setembro de 2012, a expansão foi de 0,9% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Já o acumulado nos três primeiros trimestres de 2012 foi de 0,7% em relação à igual período de 2011. Entre as atividades econômicas, destacou-se a Agropecuária, que cresceu 2,5%, seguida da Indústria (1,1%). Os Serviços registraram estagnação, com variação nula. O resultado do 3º trimestre, apesar de apresentar um desempenho ligeiramente melhor em relação ao trimestre anterior, quando houve alta de 0,2%, surpreendeu negativamente o mercado, que projetava um resultado entre 1% e 1,2%. O próprio Ministro da Fazenda, Guido Mantega, previa crescimento de 1,2% na comparação com o 2º trimestre. Para o presidente da Canepa Asset Management, Alexandre Póvoa, “o rebote da economia não está sendo tão forte quanto se esperava”. Segundo ele, é nítido o esforço do governo para reduzir custos de produção e incentivar investimentos, com medidas como a desoneração da folha de pagamentos. No entanto, ele avalia que essas ações não são suficientes para impulsionar o crescimento da economia. “O ideal seria reduzir a carga tributária de maneira ampla. Mas, para isso, é fundamental reduzir os custos do governo, o que dificilmente acontecerá”. Já o pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), Samuel Pessoa, avalia que as medidas de incentivo à retomada da atividade industrial e dos investimentos não foram consistentes. Pare ele, 2012 será mais um ano de“pibinho”, a exemplo do que se verificou em 2011. Segundo o pesquisador, o IBRE projeta um PIB de 0,7% no 4º trimestre e de 1,3% para 2012. “O governo abaixa um imposto aqui, aumenta outro ali, reduz o IPI de quem grita mais e corta tarifas sem deixar claro quais são os critérios de decisão. Essa incerteza não contribui para a retomada dos investimentos”, afirma. Pessoa questiona ainda a justificativa dada pelo governo de que a economia brasileira cresce menos em função do cenário internacional. “O governo alega que o baixo crescimento é fruto da crise econômica internacional, o que não tem o menor fundamento. Basta observar outras economias em desenvolvimento como Peru, Chile, Colômbia e até México. Esses países também registraram uma redução da atividade econômica nos últimos dois anos, mas em patamar muito inferior ao verificado no Brasil”,destaca. Segundo o pesquisador, nos oito anos do governo FHC e também nos oito anos em que o presidente Lula esteve no poder, o Brasil cresceu tanto quanto a América Latina. “Mas, nos últimos dois anos, o que se tem visto, é que o país está ficando para trás. Não por acaso, estamos perdendo investimentos até para Colômbia e Peru”, avalia Pessoa.
  • Boletim Focus reduz estimativa do PIB em 2012 para 1,27%: De acordo com o último Boletim Focus de novembro, o Banco Central reduziu mais uma vez a previsão do PIB para 2012, de 1,54% no início do mês, para 1,27% no final de novembro. Para 2013, a projeção caiu, pela 3ª semana seguida, para 3,70%. Vale destacar que as previsões oficiais de crescimento para este ano são de 1,6%, pelo Banco Central, e de 2%, pelo Ministério da Fazenda.
  • País deve ter o pior crescimento desde o governo Collor: A presidente Dilma Rousseff deverá encerrar os dois primeiros anos de seu mandato com a 2ª pior média de crescimento da história recente do Brasil, só perdendo para o período Collor. No biênio 2011-2012, o crescimento médio anual do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá ser da ordem de 2,1%. Nos dois primeiros anos do primeiro e do segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, essa média foi de, respectivamente, 3,4% e 5,6%, e nos de Fernando Henrique Cardoso, de 3,2% e 2,3%. Já no de Fernando Collor de Mello, ficou em 0,25%. Economistas alertam para o risco de 2013 piorar o prognóstico para o governo, caso não mude o foco da política de crescimento - hoje baseada no aumento do consumo - passando a incentivar mais o investimento e a melhorar a produtividade. Nos dois anos do governo de Dilma Rousseff, o crescimento da economia brasileira deverá ser também o menor entre os principais países emergentes do mundo, incluindo a América Latina. Levantamento do economista Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios, feito com base em projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), indica que a economia brasileira deverá crescer no acumulado de 2011 e 2012 próximo a um terço dos países emergentes: 4,2%, ante 11,8%. No grupo dos BRIC´s, o crescimento brasileiro deverá ser a metade do registrado pela economia russa, um terço da indiana, e menos de um quarto da chinesa. "Vamos crescer menos que a África do Sul, país que apresenta um nível de desemprego da ordem de 25%", diz Leite. Na comparação entre o Brasil e as principais nações latino-americanas exportadoras de commodities, o país também fica para trás. Comparado à Argentina, país exportador de commodities agrícolas e sócio do Mercosul, e ao Chile e Peru, países exportadores de commodities minerais, o crescimento brasileiro ficará próximo de um terço.
  • Mantega cita mais estímulo para PIB subir 4% em 2013: Segundo o Ministro da Fazenda, o governo tem condições de proporcionar um crescimento de 4% em 2013, por meio da redução de tributos e de custos, como o de infraestrutura. Reitera que o governo não rompeu contratos ao propor a renovação das concessões do setor elétrico. "Não temos contrato quebrado desde o início de nossa administração, em 2003. É preciso manter essa trajetória de cumprimento de contratos". O ministro disse que a rapidez em aprovar a Medida Provisória 579, que prorroga as concessões das elétricas e reduz encargos setoriais, se deve ao fato de o país ter pressa. O Ministro admitiu que a arrecadação dos Estados com o ICMS que incide sobre a energia elétrica vai cair. A medida vai estimular o crescimento da economia, pois a arrecadação de ICMS sobre a energia vai cair, mas de forma temporária, pois a arrecadação de ICMS em vendas de bens e serviços vai aumentar. Mantega lembrou ainda que a arrecadação da União também vai cair, pois a base de incidência menor afeta o PIS/COFINS. O Ministro afirmou ainda que o governo deu às empresas do setor elétrico a opção de permanecer com a concessão até o fim do prazo, entre 2015 e 2017. "É uma opção, mas haverá licitação ao fim da concessão e elas correm o risco de perder 30 anos de concessão. É um período longo, durante o qual podem ter rentabilidade”. Mantega ressaltou que, se as empresas aceitarem a proposta de renovação antecipada das concessões, o governo fará o pagamento das indenizações à vista, também de forma antecipada. O Ministro disse acreditar que a maioria das empresas vai optar por renovar as concessões, pois a proposta é vantajosa. "Eu acredito que eles estão olhando só o momento imediato, e não as vantagens de ter a renovação de uma concessão de 30 anos, que não está assegurada. É bom fazer as contas direitinho”.
  • PIB acima de 4% não é sustentável, admite governo: O limite de crescimento brasileiro atualmente está por volta de 4% ao ano, reconhece um destacado membro da equipe econômica do governo. "De forma sustentável, acima de 4% é difícil hoje. Um ano ou outro a gente consegue, como em 2010, quando cresceu 7,5%. Mas é difícil porque as restrições na economia talvez não permitam isso. Restrições do mercado de trabalho, da infraestrutura", diz a fonte. Mas, continua, a visão é de que o potencial de crescimento se mantém o mesmo dos últimos quatro a cinco anos. A questão da restrição ao crescimento pelo fim da disponibilidade de absorção de mão de obra em larga escala (o que só era possível quando a taxa de desemprego era muito mais alta) é plenamente reconhecida pela equipe econômica, diz a fonte. A média de anos de estudo dos brasileiros com mais de 25 anos saltou de 5,6 em 2000 para 7,2 em 2010. O salto em pontos porcentuais foi maior do que o da China no mesmo período (de 6,6 para 7,6) ou da Índia (de 3,6 para 4,4). Além disso, a taxa de investimento no Brasil de 2000 a 2006 era de 16,3% do PIB. De 2007 a 2012, está na faixa de 18,7%.
  • Produção Industrial brasileira sobe em outubro: Em outubro, a Produção Industrial apontou crescimento de 0,9% frente a setembro, após registrar queda de 0,6% naquele mês. No confronto com outubro de 2011, o setor industrial apontou expansão na produção (2,3%), interrompendo a sequência de 13 meses de taxas negativas neste tipo de comparação. Com isso, o índice acumulado para os 10 primeiros meses do ano (-2,9%) mostrou redução na intensidade de queda frente às marcas observadas nos meses anteriores.
  • COPOM mantém SELIC em 7,25% ao ano na última reunião de 2012: O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central decidiu, por unanimidade, manter a taxa SELIC em 7,25% a.a., sem viés, em sua última reunião de 2012 ocorrida em 27 e 28 de novembro. Conforme já destacado neste boletim há algumas edições, a autoridade monetária de fato encerrou o ciclo de afrouxamento monetário iniciado há pouco mais de um ano, e confirmou a previsão de quase a totalidade dos analistas do mercado. O COPOM afirmou que “considerando o balanço de riscos para a inflação, a recuperação da atividade doméstica e a complexidade que envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta, ainda que de forma não linear”. A expectativa agora é que a SELIC seja mantida em 7,25% pelas próximas reuniões do COPOM. O próprio presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou que os juros estão hoje mais próximos dos verificados no resto do mundo, mas ressaltou que a instituição não abandonou a política monetária e poderá fazer ajustes nos juros, para cima ou para baixo, quando necessário. A próxima reunião do COPOM, a 1ª de 2013, ocorrerá em 15 e 16 de janeiro. Para 2013, o mercado estima a SELIC também em 7,25%, 0,38% abaixo da última previsão, que era de 7,63%.
  • Dólar fecha novembro a R$ 2,1310: O Dólar encerrou o mês de novembro em R$ 2,1310, valorização de 4,92% em relação a outubro. Com isso, o ganho anual subiu para 14,01%. O Euro fechou o mês em R$2,7394. Especificamente com relação ao Dólar, a previsão para a taxa de câmbio, feita pelo Banco Central para 2012, conforme o último Boletim Focus de novembro, está em R$ 2,07. Para 2013, a taxa de câmbio está estimada em R$ 2,06.
  • IPCA de novembro fica em 0,60%: Índice que mede a inflação oficial brasileira mostrou, novamente, aceleração em novembro, quanto comparado com outubro: 0,60%, ante 0,59% no mês passado. Com isso, o resultado em 2012 aponta uma inflação acumulada de 5,01%, bem abaixo dos 5,97% verificados no mesmo período do ano passado. Entretanto, considerando os últimos 12 meses, o IPCA situa-se em 5,53%, acima dos 5,45% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores, confirmando que o resultado de 2012 ficará distante do centro da meta estipulada pelo governo, que é de 4,50%. A expectativa do Banco Central, no último Boletim Focus de novembro, é que o IPCA encerre 2012 em 5,43% (baixa de 0,01 ponto percentual em relação à projeção feita no início do mês). E para 2013, a projeção é de 5,40%.
  • Grupos‘Alimentação e Bebidas’ e ‘Transportes’ aparecem como principais vilões da inflação em novembro: O grupo ‘Alimentação e Bebidas’, com 0,79% de aumento, embora tenham continuado em alta, apresentou desaceleração na taxa de crescimento, subindo menos do que no mês anterior, mas impactando em 0,19 ponto percentual o índice geral. Em contraposição, quatro nos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pressionaram o IPCA do mês: o grupo ‘Transportes’ subiu para 0,68% (ante 0,24% em outubro) influenciado pelas passagens aéreas, e teve impacto de 013 p.p. no índice. As despesas com ‘Habitação’aumentaram de um mês para o outro (de 0,38% para 0,64%) devido, principalmente, à energia elétrica, e teve impacto de 0,09 p.p. no IPCA. As ‘Despesas Pessoais’ também subiram, passando de 0,10% em outubro para 0,53% em novembro, e o principal destaque foi o item empregados domésticos. No grupo ‘Artigos de Residência’ (de 0,37% em outubro para 0,47% em novembro) cabe destacar o item mobiliário.
  • IGP-M registrou deflação em novembro: O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a chamada ‘inflação do aluguel’, apresentou deflação em novembro, de -0,03%, frente a 0,02% verificado em outubro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). No ano, o IGP-M acumula alta de 7,09% e de 6,96% nos últimos 12 meses. As projeções do Banco Central, em seu último Boletim Focus de novembro, apontam IGP-M para 2012 de 7,46%; para 2013, a projeção é de 5,11%.
  • Previsão é de que o IGP-M volte a se acelerar em dezembro: O IGP-M deve deixar o terreno negativo no próximo mês, na medida em que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que tem participação de 60% no IGP-M, também deve migrar para o campo das altas. A previsão é do coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), Salomão Quadros. Considerando-se que em dezembro a expectativa é de retorno a taxas positivas, a trajetória do índice em 12 meses deve voltar a se acelerar. Para 2013, Quadros aposta em uma trajetória de desaceleração para o IGP-M, mas sem estimar um número exato para o indicador. Na sua avaliação, ao longo do ano que vem, é pouco provável haver taxas mensais acima de 1% com a mesma frequência vista em 2012. Este ano a oferta de commoditiesfoi bastante afetada por problemas climáticos, sobretudo sobre a safra de soja norte-americana, que foi vítima de uma severa estiagem, com efeito nocivo sobre os preços do atacado e varejo. "A não ser em caso de haver nova adversidade climática, o IGP-M não deve subir como em 2012", previu, lembrando ainda que "são bastante boas as expectativas de safra para o ano que vem". A percepção do coordenador sobre o IGP-M para 2013 também não muda num quadro de eventual aumento da demanda em razão da provável continuidade da recuperação da economia. "Mesmo que haja aceleração nos preços da indústria com abertura de espaço para recomposição de parte das margens de lucro, não deve fazer frente ao que foi o choque agrícola este ano", comentou.
  • Inadimplência das empresas cresceu 13,8% em outubro: A inadimplência das empresas brasileiras voltou a crescer em outubro, quando comparada com setembro. Segundo o Indicador SERASA Experian de Inadimplência das Empresas, o índice apresentou avanço de 13,8%. Na comparação com outubro de 2011, a inadimplência das empresas também apresentou avanço de 13,8%. Entre os acumulados de janeiro a outubro de 2012/2011, o crescimento foi de 12,8%. Para os economistas da SERASA Experian, a maior alta mensal do ano foi influenciada pelo efeito calendário, em razão do maior número de dias úteis no décimo mês. O impacto foi sobre os protestos e os cheques sem fundos, que são registrados em dias úteis. Outro motivo é que a alta de outubro ocorreu sobre uma base fraca, de setembro. Portanto, para os economistas, apesar da alta, não houve deterioração do cenário de inadimplência das empresas, em decorrência do aumento de encomendas para o final do ano e da maior geração de caixa.
  • País gerou 66.988 empregos formais em outubro: Segundo os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram criados no Brasil, no mês de outubro, 66.988 novas vagas de emprego com carteira assinada. No acumulado do ano, foram gerados 1.688.845 novos postos de trabalho. Em termos setoriais, os dados mostram que o Comércio (+49.597 novos postos) registrou o maior aumento no mês. Serviços (+32.724 novos postos) e Indústria da Transformação (+17.520 novos postos) também apresentaram resultados positivos. Já os setores da Agricultura, por motivos sazonais, e a Construção Civil, devido ao término de contratos e condições climáticas, foram os que registraram queda no emprego (-20.153 e-8.290 postos, respectivamente).
  • Jornal Washington Post afirma que Brasil adota ‘modelo chinês’ para proteger a economia: Desaceleração econômica iniciada no ano passado levou o governo brasileiro a fechar seu mercado e buscar inspiração na China, segundo avaliação de reportagem publicada no diário americano The Washington Post. De acordo com o jornal, medidas tomadas nos últimos meses, como o aumento de tarifas de importação de peças automotivas, geram preocupação no governo americano com o crescente protecionismo brasileiro. "A desaceleração econômica e a resposta do governo a isso são uma crescente preocupação entre autoridades americanas, temerosas de que o Brasil possa estar adotando um novo rumo agressivo - se afastando do caminho que os Estados Unidos defenderam com sucesso para o México, a Colômbia e outras nações latino-americanas, e em direção ao capitalismo dirigido pelo Estado que os Estados Unidos vêm lutando para mudar na China", afirma a reportagem. "Enquanto a economia global luta por políticas comuns que possam estimular uma recuperação ainda incipiente, o impulso na direção do protecionismo por um influente país em desenvolvimento é visto em Washington como um retrocesso", diz o texto. O diário observa que o governo brasileiro argumenta que as medidas são uma proteção temporária para ajudar o país a enfrentar a concorrência da mão de obra barata da China e do crédito barato gerado pela política de relaxamento monetário do Banco Central dos Estados Unidos. A reportagem comenta que a voz do Brasil sobre questões econômicas e de comércio global vem ganhando força, pelo fato de o país ter tirado uma grande parcela da população da pobreza, além de ter grandes reservas de recursos naturais e de ter alcançado o posto de 6ª maior economia mundial. Apesar disso, observa o jornal, o revés econômico recente "obscureceu a teoria aceita de que as economias emergentes poderiam sozinhas manter o sistema global estável e crescendo" num momento em que os países desenvolvidos enfrentam graves crises. "As autoridades e as empresas americanas vêm defendendo laços americanos mais profundos com nações como a China e o Brasil com a expectativa de que, mesmo que a capacidade industrial e os empregos sejam transferidos para esses locais, seu crescimento e sucesso beneficiariam os Estados Unidos - uma estratégia que presume que esses mercados se abram de maneira constante", diz o jornal. Para a reportagem, apesar do "milagre" econômico da última década, com o controle da inflação e das contas públicas e da elevação de 35 milhões de pessoas à classe média, o Brasil ainda não conseguiu desenvolver sua indústria a ponto de deixar de depender de seus recursos naturais e do consumo interno para crescer. O Washington Post conclui afirmando que "a situação deixa um ambiente econômico complicado" e observa que um recente estudo do Banco Mundial colocou o país como 130º entre 185 países em um ranking sobre facilidade para fazer negócios. Para o jornal, "uma posição desonrosa para um país que tenta se apresentar como um modelo global".