quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

ARTIGO: Quanto tempo a empresa deve destinar para o Marketing?

Amigos,

Publico o texto original que deu base para o artigo publicado na EXAME.COM, seção PME - DICA DE ESPECIALISTA - MARKETING, no dia 14/02/2013, intitulado "Quanto sua empresa deve investir em Marketing". Este artigo pode ser acessado pelo link
http://exame.abril.com.br/pme/dicas-de-especialista/noticias/quanto-sua-empresa-deve-investir-em-marketing


TEXTO ORIGINAL:
Quanto tempo a empresa deve destinar para o Marketing?
Dr. Frederico Mafra, Especialista em Marketing Estratégico e Consultor Sênior da Global On Consultores Associados*
professorfrederico@yahoo.com.br / fredericomafra@globalon.com.br
O Marketing constitui-se numa das principais atividades a serem desenvolvidas pelo empresário e seus colaboradores dentro de um contexto empresarial. Para alguns especialistas no assunto, o Marketing atualmente deveria ser a atividade-chave de qualquer organização. Ela é, de fato, a responsável pelo contato da empresa com seu mercado, e é por meio do Marketing que a empresa entende seu ambiente de negócios, enxerga oportunidades de crescimento, define segmentos-alvo, cria e define seus produtos, e planeja ações de comunicação, entrega e precificação de suas ofertas. Em suma, o Marketing cuida de todo o processo de relacionamento de uma empresa com o mercado.
Olhando por este prisma, poderíamos considerar que todo o tempo que a empresa está voltada para seu negócio deveria ser considerado o tempo necessário a ser destinado para as ações de Marketing. E com relação a valores, basta retirar do orçamento da empresa aqueles custos voltados à estrutura e pagamento de pessoal, e você terá o valor do que é (ou deveria ser) dedicado ao Marketing em todas as suas sub tarefas. O empresário deve entender e trabalhar o Marketing como uma atividade ampliada, sistêmica, e dedicar todos os recursos possíveis (não somente financeiros, mas também humanos e estruturais) para a realização de ações que, ao final, consigam “linkar” a empresa ao mercado escolhido, permitindo a ela colher os frutos de suas estratégias (aumento de receita, lucratividade, rentabilidade, satisfação e fidelização de clientes, etc., etc., etc.).
Entretanto, sabemos que muitas empresas consideram ainda o Marketing como apenas mais uma área organizacional, e acabam tentando definir um orçamento para todas as ações inerentes a área, citadas acima. Tradicionalmente, as empresas definem valores para a área de Marketing de duas maneiras. A primeira é dedicar um percentual do faturamento à área. Neste modelo, quando a empresa fatura mais, dedica mais dinheiro para as ações de Marketing. Mas quando fatura menos, o Marketing sofre com cortes de verbas, e consequentemente, de ações a serem trabalhadas para a empresa frente ao mercado. Ou seja, aquela área que deveria garantir o contato da empresa com o mercado, ao ter seus recursos diminuídos, na prática também acaba reduzindo este contato e o relacionamento com o cliente, deixando espaços para as investidas de concorrentes e seus produtos.
A segunda forma tradicional de se definir valores para a área de Marketing é desvinculá-los dos resultados financeiros obtidos pela empresa, com base em um orçamento fixo para determinado período. Se por um lado, a área não fica à mercê de redução do faturamento no curto prazo, por outro também não colhe os frutos de um aumento do faturamento, muitas vezes decorrente das ações de Marketing executadas.
Qualquer que seja o modelo tradicional escolhido, ele não reflete a forma ideal de se enxergar e trabalhar o Marketing dentro de uma empresa. Com dito no início do artigo, o Marketing deve ser o coração do negócio, e como órgão vital, não pode parar, e tem que ser trabalhado todos os dias e em todos os momentos de atuação da empresa no mercado. O investimento em Marketing, em outras palavras, não deve estar vinculado a valores meramente financeiros e de tempo em horas de trabalho. O máximo de tempo e recursos possíveis devem, portanto, ser dedicados ao Marketing e suas atividades.
* Frederico Mafra é Doutor e Mestre em Ciência da Informação, Economista e Especialista em Gestão Estratégica de Marketing. Consultor Sênior da Global On Consultores Associados, com experiência nas áreas de Marketing Estratégico, Planejamento e Gestão Estratégica, Inteligência Competitiva, Gestão do Conhecimento e Pesquisa de Mercado. Atua também como professor em cursos de Mestrado, MBA, CBA, Programas Executivos e Cursos de Especialização, além de palestrante organizacional.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Marketing: o segredo do relacionamento

Prezados amigos,

Acaba de sair uma reportagem na qual participei - REVISTA SIGN, edição 214, de fevereiro de 2013, intitulada "O segredo do Relacionamento" (páginas 18 a 26), de autoria de Leonardo Martins. Recomendo a leitura não somente da reportagem, da revista. O link da revista segue http://issuu.com/btsinforma/docs/revista_sign_214_digital?mode=window
Obrigado a todos, e um ótimo final de semana
 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

TERMÔMETRO ECONÔMICO - Janeiro de 2013

No 1º mês do ano de 2013, o Ambiente Econômico apresenta perspectivas preocupantes com relação à economia brasileira. Como destaque, a inflação mostra sinais de que, não somente está viva, mas que está querendo voltar com força à cena. O governo, por sua vez, não quer se utilizar da política monetária de aumento de juros para conter a inflação (diga-se de passagem, uma estratégia que funcionou há anos e contribuiu para a estabilidade do Real), e agora acena para uma‘valorização forçada’ do Real como estratégia para controlar a inflação. Com a perspectiva cada vez maior de que o crescimento econômico em 2013 será baixo, o governo tenta estimular a competitividade da indústria, com isenções de impostos e aumento dos investimentos.
  • COPOM mantém SELIC em 7,25% na 1ª reunião de 2013: O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central manteve, através de decisão unânime, a SELIC em 7,25% na 1ª reunião do ano, ocorrida em 15 e 16 de janeiro. Foi a 2ª vez seguida que o COPOM não alterou a taxa básica de juros, depois de uma sequência de dez cortes. Segundo o COPOM, “Considerando o balanço de riscos para a inflação, que apresentou piora no curto prazo, a recuperação da atividade doméstica, menos intensa do que o esperado, e a complexidade que ainda envolve o ambiente internacional, o Comitê entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta". A decisão está em linha com a projeção do mercado financeiro. Analistas dizem ser grande probabilidade de seguir a mesma estratégia nas demais reuniões ao longo de 2013. As projeções recentes que apontam um crescimento não tão robusto em 2013 com a inflação voltando a ganhar força, o que deve fazer com que a autoridade monetária mantenha inalterada a SELIC. Para estes analistas, subir os juros para conter a inflação poderia afetar o ritmo de recuperação da economia. Por outro lado, lembrando a fala do Presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de que a instituição não abandonou a política monetária e poderá fazer ajustes nos juros, para cima ou para baixo, quando necessário, tal estratégia de não alterar a SELIC deveria ser repensada. A inflação não está parada, está se acelerando, e o governo já deveria decidir, a partir da 2ª reunião de 2013, repensar sua política de juros, aumentando a SELIC, e sinalizando que a prioridade deveria ser conter a inflação. Já comentamos neste boletim sobre a linha de pensamento do atual governo e do Ministro Mantega, que é priorizar o crescimento mesmo com inflação um pouco mais alta: na nossa visão, isso pode custar caro ao país no futuro.
  • Após Ata do COPOM, mercado vê chance de alta da SELIC já em 2013: O cenário de queda da SELIC em 2013, que ainda vinha sendo defendido por uma corrente de analistas, foi enterrado após a divulgação da Ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central. A elevação da taxa no curto prazo não é o cenário com que trabalha a maior parte dos economistas. Mas, apesar de o BC reafirmar que a SELIC será mantida por tempo “suficientemente prolongado”, já começam a surgir expectativas de alta no final deste ano. O mercado de juros futuros é o melhor reflexo dessa expectativa. Uma elevação da SELIC, se não é ideal para o momento, também não terá efeitos catastróficos, diz Paulo Nepomuceno, estrategista de renda fixa da Coinvalores. “As seguidas reduções da taxa não foram suficientes para levantar a economia”, diz. “Subir um pouco os juros agora seria até bom, pois seria preciso subir menos no final”. “Estamos apenas em janeiro e o COPOM já admite que a inflação não vai convergir para o centro da meta”, avaliou o estrategista-chefe do WestLB, Luciano Rostagno. Para ele, a primeira parte da Ata deixou bem claro que a função do COPOM não é controlar a oferta (o que se conseguiria com corte de taxas), e sim a demanda (o que se controla com alta dos juros). No documento, o COPOM afirma que a recuperação menor da atividade econômica doméstica vem essencialmente das limitações de oferta. E, assim, essa lacuna não pode ser sanada por ações de política monetária "que são, por excelência, instrumento de controle da demanda". Em nota, a equipe de economistas do Banco Fator classificou a Ata como “hawkish” (mais dura com a inflação) e avaliou que ela “confirma nossa expectativa de manutenção da SELIC até o final do ano”, mas acrescentou que “de modo geral, se há risco de eventual alteração na taxa básica de juros, é um risco de alta”. Segundo a Ata, as projeções de inflação de 2013, tanto pelo cenário de referência como pelo de mercado, aumentaram e se posicionam acima do centro da meta de 4,5%, pelo IPCA. Para 2014, a projeção está “ligeiramente acima do centro da meta” em ambos cenários. De acordo com Eduardo Velho, economista-chefe da Planner, a Ata mostra uma preocupação do Banco Central com o viés expansionista do governo, variável sobre a qual não tem controle. “O governo pode adotar mais estímulos fiscais, é difícil prever isso, e em função destes estímulos será mais difícil cumprir a meta cheia de inflação”. A Ata ainda alerta, segundo Velho, para a piora no descompasso de oferta e demanda agregada. “Apesar da economia estar crescendo abaixo da capacidade, a oferta também está no mesmo movimento, então deve-se ficar em alerta sobre os investimentos no país”, afirma.
  • IPCA-15 de janeiro acelera para 0,88%: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial brasileira, se acelerou para 0,88% no 1º mês do ano, e ficou 0,19 ponto percentual acima da taxa de 0,69% verificada em dezembro de 2012, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa realizada pela Reuters apontou que o indicador subiria 0,83% neste mês, segundo previsão de 31 analistas do mercado, que variaram de 0,71% a 0,87%. Os grupos ‘Despesas Pessoais’ e ‘Alimentação e Bebidas’ tiveram os maiores impactos no IPCA-15 (1,80 e 1,45 ponto percentual, respectivamente). Em janeiro de 2012, o IPCA-15 havia sido de 0,65%. No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 ficou em 6,02%, acima dos 12 meses imediatamente anteriores (5,78%). Consolidam-se as expectativas de aceleração inflacionária para 2013, as quais já demonstraram sinais claros desde meados de 2012. O governo insiste em não alterar sua política monetária de elevação de juros, e a demora neste decisão poderá comprometer o próprio crescimento do país no futuro.
  • IGP-M foi de 0,34% em janeiro: O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a chamada ‘inflação do aluguel’, fechou o 1º mês de 2013 em 0,34%, ante elevação de 0,68% ocorrida em dezembro, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo as projeções do Banco Central, em seu último Boletim Focus de janeiro, o IGP-M deve ficar m 5,09% em 2013. Para 2014, a projeção é de 5,19%.
  • Consultoria afirma que ‘meta de inflação verdadeira é de 5,5%’: A meta de inflação no Brasil não é mais de 4,5%, mas de 5,5%. Essa é a conclusão de um trabalho elaborado pela consultoria A.C. Pastore & Associados, do economista e ex-presidente do Banco Central (BC) Affonso Celso Pastore, feito com base nas expectativas do próprio mercado financeiro. "Como o teto do intervalo contendo a meta continua sendo de 6,5%, a banda para acomodação de choques é de apenas um ponto porcentual para cima da ‘meta informal’ de 5,5%", afirma um trecho do relatório. O trabalho nota que, nos últimos anos, ocorreram oscilações frequentes da inflação iguais ou maiores do que um ponto porcentual em relação à meta. Por isso, argumenta que "cresceu a probabilidade" de a inflação superar o teto da meta. "Para um Banco Central que vem perdendo credibilidade, esta não é uma boa notícia", diz o texto. Apesar dessa conclusão, a A.C. Pastore ressalta que "não há, diante dessa sinalização, a acusação de que o Banco Central teria abandonado o controle da inflação". "Mas há uma clara indicação de que as autoridades abandonaram a meta de 4,5%, passando a perseguir uma meta mais elevada”. Para a consultoria, a sugestão dada pela combinação da estabilidade das expectativas de inflação junto com manutenção da taxa básica de juros (SELIC) em 7,25% ao ano por um extenso período é de que o BC "estaria satisfeito" com uma inflação de 5,5%.
  • Blog do Financial Times faz duras críticas ao Ministro Mantega: O blog dedicado aos mercados emergentes do jornal britânico Financial Times, o Beyondbrics, publicou um texto crítico aos procedimentos adotados pela equipe econômica brasileira. "Com o crescimento ainda lento e os preços subindo mais rápido do que o esperado, o Banco Central do Brasil e o Ministério da Fazenda também estão se tornando profissionais do 'jeitinho'", diz o texto, ao comentar que o famoso 'jeitinho brasileiro' chega agora à economia. Com a ressalva de que tudo o que o governo tem feito é legal, o texto destaca a entrevista dada pelo prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, à Rádio Estadão como exemplo do 'jeitinho' aplicado à economia. "O prefeito de São Paulo disse à Rádio Estadão que Mantega pediu para adiar o aumento na tarifa de ônibus por alguns meses para não prejudicar a inflação", diz o texto. "Com o aumento da taxa de juro fora de questão, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, também está trabalhando com alguns 'jeitinhos' para controlar a inflação", diz o texto. Para o blog do Financial Times, o Ministro brasileiro é algo como um "especialista no jeitinho". "Ele passou os últimos dois anos ajustando impostos no país para microgerenciar o crescimento e a moeda. As metas fiscais do Brasil também foram alvo de um pouco de criatividade", cita o texto.
  • Governo tenta atenuar impacto do reajuste da gasolina: A gasolina vai ficar mais cara nos postos pela 1ªvez em quase dez anos. O governo federal deve reajustar em 7% o preço do combustível. O óleo diesel também vai subir, mas em nível um pouco menor -entre 4% e 5%. O reajuste será sentido de imediato pelo consumidor, mas para amenizar esse impacto e evitar uma piora nos índices de inflação do ano, a equipe econômica estuda medidas que poderão ser adotadas nos próximos meses. Uma delas é o aumento da mistura de álcool anidro (etanol) na gasolina. O governo deve anunciar a elevação do teto da mistura, dos atuais 20% para 25%, com o reajuste dos combustíveis. Mas o aumento só será efetivado quando a colheita de cana-de-açúcar estiver no auge, o que deve ocorrer em junho. Demanda antiga dos usineiros, o aumento da mistura pode, no futuro, representar um desconto no preço da gasolina. Além disso, a medida alivia a necessidade de importação de gasolina, que tem contribuído para o déficit da balança comercial no início deste ano. A decisão de conceder o reajuste já está tomada no Ministério da Fazenda e recebeu o aval do Palácio do Planalto. Mas o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que também é o presidente do Conselho de Administração da Petrobrás, só vai bater o martelo sobre o aumento e a fórmula que será adotada para amenizar esse repasse ao consumidor quando voltar das férias. Vale ressaltar que, com o aumento, a inflação que já está se acelerando poderá disparar, já que historicamente todo aumento de combustível foi sempre repassado para os demais produtos da economia.
  • Dólar fechou janeiro em R$ 1,99, e o governo sinaliza que usará a taxa de câmbio para controlar a inflação: O Dólar encerrou o 1º mês do ano abaixo de R$ 2,00. A cotação de 31 de janeiro foi de R$ 1,99, redução de -2,73% em relação ao final de dezembro de 2012. O Euro fechou janeiro a R$ 2,6987, ante R$2,7064 verificado no início do mês. Especificamente com relação ao Dólar, a previsão para a taxa de câmbio, feita pelo Banco Central para 2013, conforme o último Boletim Focus de Janeiro, está em R$ 2,05. Para 2014, a taxa de câmbio está estimada em R$ 2,07. Importante ressaltar que, no final de 2012, começou a aparecer no mercado uma ala que apostava em um Dólar mais depreciado ao longo de 2013, até mesmo abaixo do piso de R$ 2,00, para ajudar no controle dos preços. O argumento que aparecia como impedimento a essa atuação no câmbio era o fato de a economia ainda estar com um desempenho abaixo do desejado - o Dólar mais valorizado poderia contribuir na economia com um fortalecimento das exportações industriais. No entanto, o governo está preocupado com a aceleração da inflação. E o Banco Central parece que, aparentemente, abandonou a banda dos R$ 2,00 aos R$ 2,10, que estava bem definida e aceita pelo mercado, tendo feito um leilão da moeda americana no final de janeiro, e sinalizando que o Dólar está num patamar alto. "Parece que neste momento a pressão pela meta inflacionária está tendo um pouco mais de peso do que o potencial de perda de volume exportado", diz o gerente da Tov, que não descarta o dólar em R$ 1,95 nas próximas sessões. "Esse é um nível que deve estar servindo dentro do modelo macroeconômico do governo", pondera. Alguns investidores foram pegos de surpresa pela decisão da autoridade monetária, que parece contradizer recentes declarações de diversas autoridades do governo --incluindo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que afirmara em novembro passado que o Dólar acima de R$ 2,00 "veio para ficar". "As autoridades brasileiras continuam a fazer o que elas sabem fazer melhor: confundir os mercados", escreveram em relatório os analistas do Brown Brothers Harriman Ilan Solot e Win Thin. O Dólar tem operado acima de R$ 2,00 desde o início de julho de 2012, quando o governo interveio para determinar uma cotação mais favorável aos exportadores brasileiros. Investidores apostam que o governo vai favorecer um Dólar mais baixo pelo menos durante o 1º trimestre do ano, quando as pressões inflacionárias são tradicionalmente mais altas no país.
  • Boletim Focus reduz estimativa do PIB em 2013 para 3,10%: De acordo com o último Boletim Focus de janeiro, o Banco Central reduziu a previsão do PIB para 2013, de 3,26% no início do mês, para 3,10% no final do mês. Para 2014, a projeção é de 3,70%.
  • Produção industrial fica estável (0,0%) em dezembro e fecha 2012 em queda (-2,7%): O índice para o fechamento de 2012 mostrou queda de 2,7%, após apontar avanço de 10,5% em 2010 e acréscimo de 0,4% em 2011. É o 1º resultado negativo desde a queda de 7,4% observada em 2009, ano em que a indústria ainda tinha reflexos dos efeitos mais intensos da crise internacional. No ano de 2012 (-2,7%), o 1º semestre (-3,8%) teve resultado negativo mais intenso que o 2º (-1,6%) nas comparações contra igual período do ano anterior. Em bases trimestrais, o setor industrial, ao recuar 0,6% no 4º trimestre de 2012, sustenta resultados negativos há cinco trimestres consecutivos, mas com clara redução no ritmo de queda, já que no 2º trimestre observou-se perda de 4,4% e no trimestre seguinte recuo de 2,6%, todas as comparações contra igual período do ano anterior.
  • Existem riscos de racionamento de energia no Brasil para 2013?: Inicialmente tachada como "ridícula" pela Presidente Dilma Rousseff, a hipótese de racionamento de energia entrou no radar do governo com a constante queda dos níveis dos reservatórios no início deste ano. "A questão é que agora passamos a considerar algo que antes não fazia sentido pensar", disse uma fonte da área técnica. "O nível dos reservatórios está baixando, então não podemos fechar os olhos”. A possibilidade de se repetir em 2013 o "apagão" de 2001 é, porém, considerada pequena tanto no governo quanto no setor privado, embora a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (ABRACE) tenha sugerido que os grandes consumidores avaliem "a redução voluntária de suas demandas neste momento", numa espécie de racionamento "branco". Apesar do início do período úmido, o nível dos reservatórios só cai desde novembro. A expectativa era que as chuvas de dezembro melhorassem o nível dos lagos. Mas a combinação entre volume baixo de água e consumo elevado com o calor piorou a situação. No subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que tem 70% do armazenamento do país, os reservatórios estão em 28,5%. Em meio a temores de um eventual apagão ou racionamento de energia, o governo conseguiu ampliar sua capacidade de manobra, ainda que restrita, com o acionamento das usinas termelétricas, mais caras e poluentes, enquanto espera pelas chuvas. A medida, tomada "tardiamente" na avaliação de especialistas, visa a complementar a geração das hidrelétricas e permitir a recomposição dos reservatórios de água. Para Cristiano Prado, gerente de competitividade industrial e investimentos da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN), a situação no país é extremamente delicada. "O Brasil está gerando energia à plena potência. Apesar de não podermos determinar se haverá apagão ou racionamento, não há plano B. Ou seja, qualquer queda na linha de transmissão ou até uma falha humana poderiam deixar o país às escuras", disse ele. Segundo dados da entidade, o nível das chuvas no Sudeste registra 72% da média histórica para o período, o que só ocorreu em 1933 e em 1934. Com o acionamento das usinas termelétricas, movidas a gás natural e a óleo diesel, a provável redução média de 20% na conta de luz anunciada por Dilma no ano passado tende a perder fôlego. Isso porque seu custo mensal é de R$ 650 milhões e caso permaneçam ligadas representarão um custo de 0,8 ponto percentual de acréscimo na tarifa a ser paga pelo consumidor brasileiro por mês, de acordo com um estudo da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (ABRADEE). Para a Petrobras, segundo o Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), que vem importando Gás Natural Liquefeito (GNL) para manter a operação dessas usinas, o ônus também deverá ser alto. Se mantidas a 100% de sua capacidade durante o ano, o impacto de seu funcionamento para a estatal deverá ser de R$ 4 bilhões, considerando a diferença entre o preço de importação e o de venda no mercado interno.
  • Risco de crise de energia desafia Dilma e vira teste para 2014: O risco de novos apagões ou de um racionamento de energia é o 1º grande desafio do governo federal em 2013 e pode representar um teste para a popularidade da Presidente Dilma Rousseff em um ano decisivo, que antecede eleições presidenciais e a realização da Copa do Mundo. Com os reservatórios das usinas hidrelétricas abaixo ou próximo dos limites de dez anos atrás, quando ocorreu a crise do apagão, Dilma decidiu convocar às pressas uma reunião de emergência em Brasília. Nela, a presidente, que foi Ministra das Minas e Energia durante os primeiros anos do governo Lula e se destacou pelo perfil "técnico", discutiu com sua equipe alternativas para evitar a qualquer custo um eventual restrição ao consumo de energia que, se colocada em prática, na opinião de analistas, poderia afetar sua credibilidade. Entretanto, o cientista político Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília (UnB), acredita que, ainda que o problema se agrave, haverá pouco ou nenhum desgaste na imagem de Dilma. "A Presidente possui um alto índice de popularidade. É provável que ela saia incólume, tal como o seu antecessor, Lula, envolvido indiretamente nas denúncias do mensalão", afirmou ele à BBC Brasil. Fora das urnas, Dilma também terá pela frente o desafio de garantir a segurança energética do país, especialmente durante a Copa do Mundo. O consumo de energia tende a aumentar durante o evento esportivo. Além disso, o Mundial será realizado em junho, período no qual costuma haver escassez de chuvas, potencializando riscos. Especialistas também apontaram os riscos para o cenário energético brasileiro nos próximos anos. Segundo eles, o aumento dos custos relativos à geração de energia aliado à pressão, por parte do governo, pela redução das tarifas exigida para a renovação dos contratos das empresas do setor, especialmente a Eletrobrás, podem inviabilizar futuros investimentos na área, dada a diminuição da rentabilidade. Como resultado, na opinião de analistas, a segurança energética do país poderia ficar comprometida. "Caberá ao governo responder a isso se quiser assegurar os investimentos nesse setor a médio e longo prazo", disse à BBC Brasil Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe/UFRJ.
  • Desconto na conta de luz residencial será de 18%, na média: A Presidente Dilma Rousseff anunciou, em cadeia nacional, o corte nas tarifas de energia. O desconto para os consumidores residenciais, que antes estava previsto em aproximadamente 16%, será de pelo menos 18%. Já a redução para a indústria, que originalmente iria até 28%, deve ultrapassar os 32%. E para se chegar a esse desconto o Tesouro Nacional irá aumentar os aportes. O aporte original previsto pelo Tesouro era de R$ 3,3 bilhões, mas agora a estimativa gira em torno de R$ 8,4 bilhões. No dia 7 de setembro de 2012, a Presidente Dilma prometeu reduzir em 20,2% em média as tarifas de energia elétrica no país, por meio da redução de encargos setoriais e da renovação das concessões de geração e transmissão de energia. Mas com a recusa de importantes companhias em renovar os contratos, o governo só havia conseguido uma redução média de 16,7%.
  • Inadimplência do consumidor sobe 15% em 2012, segundo a SERASA Experian: O nível de inadimplência do consumidor brasileiro aumentou 15% em 2012, informou a SERASA Experian, atribuindo o resultado ao endividamento e comprometimento de renda da população. Em dezembro apenas, a inadimplência das pessoas físicas saltou 14,2% ante o mesmo mês em 2011, mas diminuiu 1,5% sobre novembro. "Com parte do orçamento tomado por prestações, em 2012 o consumidor evitou novas compras e aproveitou a queda nos juros para regularizar suas pendências. Entretanto, essa mudança de comportamento na segunda metade do ano não foi suficiente para garantir um balanço anual mais favorável", afirmou a SERASA Experian, em nota. As dívidas não bancárias (cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços) foram as que mais cresceram no ano passado, com alta de 28,8%, enquanto as bancárias tiveram crescimento de 8,2%. Os cheques sem fundo tiveram queda de 8,3% e os protestos subiram 1,6%. Conforme já apontado neste boletim, na sua última edição de 2012, a própria SERASA Experian acredita que o nível de inadimplência dos consumidores brasileiros deve apresentar comportamento mais favorável em 2013, marcando uma trajetória de normalização após quase dois anos de crescimento.
  • Banco Central aponta estabilidade da inadimplência em 2012: O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, comentou que a inadimplência subiu no início de 2012, mas manteve-se estável ao longo de todo o ano passado. "Havia uma preocupação maior sobre o segmento de crédito para veículos, que vinha sendo acompanhado de perto e concentrava a maior parte do problema da inadimplência, e mostrou comportamento favorável depois de pico no meio do ano, como se esperava". Maciel salientou também que a redução dos juros praticada pelas instituições financeiras ao longo de 2012 diminuiu o comprometimento da renda das pessoas com encargos financeiros. Esse fator, de acordo com ele, também ajudou a reduzir a inadimplência.
  • Inadimplência das empresas fecha 2012 com alta de 10,4%: O Indicador de Inadimplência das Empresas, divulgado pela SERASA Experian, subiu 10,4% em 2012 ante 2011. Já na comparação de dezembro com novembro do ano passado, houve queda de 4,9% na inadimplência dos negócios. Na relação entre dezembro de 2012 com o mesmo mês de 2011, o recuo foi de 0,7%. Em nota, os economistas da SERASA Experian disseram que a alta na inadimplência das empresas em 2012 decorre da maior inadimplência do consumidor, que afeta as contas a receber das empresas. Para eles, o avanço da inadimplência também é reflexo da menor capacidade de geração de receitas, em um cenário de baixa atividade, "além das dificuldades em honrar financiamentos tomados para a expansão do negócio e para pagar fornecedores responsáveis pela reposição de estoques". Os economistas alegam ainda que a inflação, que elevou vários custos, também pesou para as empresas na gestão do caixa no ano passado. Em 2012, as dívidas não bancárias - cartões de crédito, financeiras, lojas em geral e prestadoras de serviços, como telefonia e fornecimento de energia elétrica e água - registraram um valor médio de R$ 760,96, alta de 2,3% ante 2011. Já as dívidas com bancos tiveram em 2012 um valor médio de R$ 5.250,10, avanço de 1,6% sobre o ano anterior. Quanto aos títulos protestados, o valor médio verificado foi de R$ 1.954,82, alta de 8,4% na mesma base de comparação. Os cheques sem fundos registraram um valor médio de R$ 2.347,49, avanço de 12,3%.
  • Para o SCPC, inadimplência de empresas cresceu 6,9% em 2012: A inadimplência das empresas em 2012 foi 6,9% maior do que em 2011, informou a Boa Vista Serviços, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC). O cálculo para o levantamento se baseou em três variáveis: novos registros na base do SCPC, títulos protestados e cheques devolvidos – 2ª devolução por falta de fundos. Em 2011, o avanço da inadimplência entre as empresas foi de 16,8% em relação ao ano anterior; em 2010, houve recuo de 4,6% ante 2009. Em nota, a Boa Vista disse que a alta em 2012 se deve à redução do ritmo de crescimento da atividade econômica, ao avanço do endividamento e da inadimplência dos consumidores e ao aumento da restrição dos bancos à concessão de crédito. "A redução da atividade, aliada à menor capacidade de financiamento das empresas, trouxe um impacto direto sobre o fluxo de caixa e sobre a sua capacidade de honrar seus compromissos financeiros”. A empresa espera que em 2013 o cenário aponte para uma melhoria da atividade econômica na comparação com 2012. "O mercado de crédito possui perspectivas positivas, com juros em patamares baixos e redução da inadimplência dos consumidores, consequentemente contribuindo para a melhoria da capacidade de pagamento das empresas”.
  • País fecha 2012 com 1.301.842 novos postos de trabalho: Segundo os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), referentes a dezembro de 2012, foram criados no Brasil, em todo o ano passado, 1.301.842 novas vagas de emprego com carteira assinada. Em dezembro, verificou-se uma redução de 496.944 postos (tradicionalmente, os dados do CAGED evidenciam uma sazonalidade negativa no mês de dezembro, devido à entressafra agrícola, término do ciclo escolar, esgotamento da bolha de consumo no final do ano, e a fatores climáticos). Em termos setoriais, os dados mostram que os Serviços responderam pela maioria dos novos empregos do ano passado (+666.160 novos postos). Os setores de Comércio (+372.368 novos postos), da Construção Civil (+149.290 novos postos) e da Indústria de Transformação (+86.406 novos postos) também se destacaram na geração de empregos do ano passado.
  • Criação de vagas formais em 2012 é a menor em 3 anos: O total de vagas formais de trabalho criadas em 2012 foi o menor em 3 anos - 1.301.842 novos postos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Com ajuste sazonal, o resultado representa uma queda de 33,05% sobre o ano anterior, quando foram criadas 1.944.560 vagas. A pior marca anterior havia sido registrada em 2009, quando foram criadas 1.296.233 novas vagas com carteira assinada. O Sudeste foi a região que mais criou empregos formais no período. O número de novas vagas com carteira assinada nos quatro Estados da região foi de 655.282, pouco mais da metade do total. O crescimento de vagas no Sudeste foi de 3,20%. Em segundo lugar, a região Sul criou 234.355 empregos formais no ano passado, com uma expansão de 3,41%. Já o Nordeste, com 190.367 novas vagas, registrou um crescimento de 3,15% na base de trabalhadores com carteira assinada. Embora em termos absolutos tenham tido resultados menos expressivos, as regiões Centro-Oeste e Norte registraram as maiores expansões em percentual. No Centro-Oeste, as 150.539 novas vagas de emprego significaram um aumento de 5,33% no número de trabalhadores empregados. E no Norte, os 71.299 postos de trabalho criados em 2012 aumentaram a base de pessoas trabalhando em 4,20%. São Paulo foi o Estado com maior resultado em 2012, com 336.398 novas vagas no ano, seguido por Rio de Janeiro (148.797), Minas Gerais (145.292), Paraná (89.139) e Rio Grande do Sul (81.804). No mês de dezembro, o saldo líquido de vagas ficou negativo 496.944. Trata-se do pior resultado desde 2008. Em relação ao último mês de 2011, a piora foi de 17,86%, sem ajuste. Já na comparação com ajuste - que considera as declarações enviadas fora do prazo em dezembro de 2011 - a piora foi de 19%. Com relação ao resultado de dezembro, este foi pior que o estimado por instituições do mercado financeiro consultadas. As previsões iam de queda entre 320.000 e 450.00, com mediana negativa de 395.000. Entretanto, o resultado ficou próximo dos 500 mil empregos negativos no mês.
  • Ministro projeta a criação de 5 milhões de vagas em 2013: O governo espera criar 5 milhões de empregos em 2013 só com os investimentos tocados com recursos de dois fundos federais: o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Os cálculos são do Ministro do Trabalho, Brizola Neto. O FGTSfinancia obras de habitação e saneamento, sendo o Minha Casa, Minha Vida o principal programa. O FAT é fonte de recursos para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que dá crédito mais barato para empresas. No ano passado, esses dois fundos responderam pela criação de 4,7 milhões de vagas, estima o Ministério. Isso é quase um quarto dos 20,3 milhões de vagas abertas de janeiro a novembro, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED). No mesmo período, porém, foram dispensados 18,6 milhões de trabalhadores, de forma que o saldo líquido de geração de emprego ficou em 1,7 milhão de vagas. Com o impulso dos fundos e das medidas de estímulo à economia anunciadas pelo governo no ano passado, Brizola Neto acredita que será possível retornar ao nível de 2 milhões ou mais de novas vagas, como registrado em 2010 e 2011. "O governo tem muita confiança e a área econômica diz que já estamos rodando numa faixa de crescimento de 3% a 4% ao ano”. O Ministro acredita estar numa das pontas operadoras de um novo modelo de desenvolvimento. Nesse quadro, os fundos públicos alimentados com recursos dos trabalhadores - o FAT e o FGTS - são o que ele chama de forma saudável de financiamento da economia.
  • Cerca de 67 milhões perdem emprego em 5 anos no mundo: Desde o período que antecedeu a crise econômica mundial até o ano passado, cerca de 67 milhões de pessoas perderam o emprego, de acordo com levantamento da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O estudo ‘Tendências Mundiais do Emprego 2013’ aponta que o desemprego global chegou a 197,3 milhões de pessoas no ano passado, com incremento de 28,4 milhões de desempregados de 2007 a 2012. A OIT estima que pelo menos 39 milhões de pessoas tenham desistido de regressar ao mercado de trabalho, dadas as dificuldades para conseguir um emprego desde a crise. Com a soma, a OIT chega ao número de 67 milhões de postos de trabalho a menos de 2007 até o final de 2012. Só no ano passado, o desemprego atingiu mais 4 milhões de pessoas. Um quarto desses novos desempregados foi registrado nas economias avançadas. A queda nos níveis de emprego nessas economias, de acordo com a OIT, teve repercussões consideráveis nos mercados de trabalho dos países em desenvolvimento. "A incerteza em torno das perspectivas econômicas e as políticas inadequadas que foram implementadas para lidar com isso, debilitaram a demanda agregada, freando os investimentos e as contratações", disse o diretor-geral da OIT, Guy Ryder. De acordo com Ryder, muitos novos postos de trabalho requerem qualificações que as pessoas que buscam emprego não possuem. "Os governos deveriam intensificar os esforços dirigidos a apoiar as atividades relacionadas com a qualificação e a recapacitação a fim de enfrentar este tipo de desajuste que afeta os jovens de maneira particular". Atualmente, 73,8 milhões de jovens- entre 15 e 24 anos - estão desempregados em todo o mundo. A previsão da OIT é que a desaceleração da atividade econômica "empurre" outros 500 mil para o grupo de desempregados até 2014. A taxa de desemprego juvenil, que atingiu os 12,6% no último ano, pode chegar a 12,9% em 2017.
  • Crise econômica põe globalização em marcha lenta: A globalização desacelerou, segundo pesquisa da Ernst & Young com 730 líderes empresariais globais. O estudo "Olhando além do óbvio: globalização e novas oportunidades de crescimento" mostra que os chamados "países de rápido crescimento não-BRICs", como México, Turquia, África do Sul e Vietnã, estão ganhando espaço junto aos investidores na comparação com os BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). Os BRICs, por sua vez, estão crescendo menos do que as expectativas recentes, e podem embarcar em mais protecionismo. Uma parcela de 46% das lideranças empresariais consultadas disse esperar que o protecionismo crescerá neste 4 países nos próximos 12 meses, comparado a apenas 32% que julgaram que o mesmo aconteceria com os países de rápido crescimento não-BRICs. Segundo o estudo, a globalização, definida como integração dos negócios entre diferentes países, vai continuar nos próximos anos, mas em ritmo mais lento. As causas principais dessa desaceleração são a crise global e as recessões subsequentes, especialmente nos países ricos. A pesquisa da Ernst & Young aponta que os BRICs foram a grande aposta das multinacionais na década passada, e continuarão a ser peças fundamentais da economia global, com o crescimento médio superior ao do mundo. Mas, segundo os executivos ouvidos, as dificuldades de operar nos BRICs estão aumentando, sendo citados especificamente a desaceleração do crescimento, a alta da inflação e dos custos do trabalho, a instabilidade política, as carências de infraestrutura e os problemas burocráticos que erodem a confiança empresarial – neste sentido, os fatores se identificam fortemente com o Brasil. A pesquisa mostra que o número de executivos que vê os emergentes não-BRICs como principal fonte de novas receitas hoje é de 26%, enquanto o número que acredita que serão a principal fonte de novas receitas dentro de três anos sobe para 45%. O estudo cita dados como o do México, que é hoje o maior produtor do mundo de TVs de tela plana, o que é possível pelo custo relativamente baixo da mão de obra e pelos avanços educacionais. A África também é mencionada como uma nova fronteira de negócios, com aumento de 50% do investimento estrangeiro direto desde 2005, segundo estimativa do Fundo Monetário Internacional (FMI). O relatório da Ernst & Young aponta ainda que, mesmo com a economia combalida nos Estados Unidos e na Europa, as oportunidades de negócios estão voltando a crescer nos países ricos. Uma das razões é uma desaceleração da tendência de empresas de países desenvolvidos, especialmente dos Estados Unidos, de deslocarem para países emergentes etapas da sua produção. O estudo cita exemplos de empresas americanas que transferiram recentemente da China para os Estados Unidos a fabricação de produtos como caixas automáticos e pneus.