quarta-feira, 7 de agosto de 2013

TERMÔMETRO ECONÔMICO - Julho de 2013

Os dados macroeconômicos do mês de julho mostram a consolidação das expectativas do mercado de que o PIB brasileiro ficará abaixo dos 2,50% neste ano, enquanto que a inflação deverá ficar perto do teto da meta estipulada pelo governo. Este boletim concorda com a visão de alguns analistas de que a inflação, neste momento, está se mostrando muito mais influenciada pela oferta do que pela demanda. Em outras palavras, a falta de infraestrutura e o alto custo de produção no Brasil tem influenciado de forma muito mais forte a inflação do que a pressão pelo lado do consumo. De qualquer forma, parece também que a decisão do COPOM de aumentar a SELIC nas últimas reuniões tem tido efeito na desaceleração da inflação nos últimos 2 meses. O Dólar deve fechar o ano, de fato, acima de R$2,30, e este também tem sido um componente importante na pressão inflacionária do período. As expectativas para agosto ficam por conta da próxima reunião do COPOM e a decisão sobre a nova taxa de juros SELIC.
 
  • Boletim Focus continua reduzindo estimativa do PIB em 2013: De acordo com o último Boletim Focus de julho, o Banco Central reduziu mais uma vez a previsão do PIB para 2013, de 2,34% no início do mês, para 2,24% no final do mês. Para 2014, a projeção também apresentou redução de 2,80% para 2,60%.
  • Momento é crítico para a economia do país, diz chefe da Casa Civil: Em conversa com prefeitos de cidades do Paraná atingidas por fortes chuvas em julho, a Ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) minimizou as vaias recebidas pela presidente Dilma Rouseff, diante da decisão do governo de não aumentar os repasses da União ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Alegando que a presidente “não ficou chateada”, Gleisi disse haver um “erro de interpretação” por parte dos prefeitos. O “erro” estaria na indisposição dos prefeitos de não compreenderem como gesto positivo o repasse de R$ 3 bilhões anunciado pela presidente para custeio das prefeituras neste ano, ao invés de reformar o fundo, como pediam os executivos municipais. Os prefeitos queriam um aumento de pelo menos um ponto percentual no FPM. A reforma permanente na composição do FPM poderia resultar em um repasse anual extra de R$ 2,7 bilhões para os municípios. O gesto renderia, segundo Gleisi, um desequilíbrio nas contas da União. “Estamos passando por um momento muito crítico nas finanças federais e na economia do país”, justificou. O FPM é abastecido principalmente com recursos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – principal arma do Palácio do Planalto contra a crise econômica. A mudança na composição do fundo significaria risco fiscal para as contas do governo em 2013, avalia Gleisi. “Por mais que tenhamos uma política econômica anticíclica, com o Estado fazendo investimentos e aumentando gastos, temos limitação. Temos impacto na arrecadação”, diz. “Estamos passando por um momento muito crítico nas finanças federais e na economia do país”, afirma. O repasse de R$ 3 bilhões será possível por meio de um ajuste orçamentário que o Planalto deve fazer para manter a contas da União no azul. Vamos ter de fazer um corte maior no orçamento para poder ajustar esses R$ 3 bilhões. Já íamos fazer um corte para justar despesas e vamos precisar fazer um corte maior”, sinaliza. Gleisi avalia como difícil a tarefa de “equilibrar as balanças” do superávit fiscal e, paralelamente, “colocar dinheiro na economia”. Apesar do reconhecimento público da cúpula do Palácio do Planalto sobre o estágio difícil da economia brasileira, cuja perspectiva é pessimista para o Produto Interno Bruto (PIB), a Ministra recusou conselhos do Fundo Monetário Internacional (FMI). O fundo revisou para baixo a previsão de crescimento do PIB brasileiro para 2013, o que despertou críticas da Ministra ao receituário do órgão internacional. “Toda vez que aceitamos conselhos do fundo, tivemos recessão, desemprego e políticas públicas que não davam conta da demanda da população”, afirma.
  • Cai o investimento em infraestrutura: A expectativa de que os investimentos em infraestrutura decolem em 2013 no País não deve se confirmar. Nos primeiros três meses do ano, R$ 14,8 bilhões foram destinados ao setor, um recuo de 4,5% frente ao mesmo período do ano passado, segundo levantamento feito pela Inter. B Consultoria. Apesar da aproximação da Copa do Mundo, a concentração de leilões de concessão de rodovias, ferrovias e aeroportos no fim do ano adiará para 2014 os desembolsos mais significativos para a área. "Se alguém esperava que 2013 fosse o ano da arrancada, pode esquecer", diz o economista Cláudio Frischtak, sócio da consultoria e um dos responsáveis pelo estudo que cruza dados públicos de investimento federal, de empresas estatais, estaduais, autarquias e empresas privadas na área de infraestrutura. Isso inclui segmentos em energia elétrica, telecomunicações, rodovias, ferrovias, metrô, aeroportos, portos, hidrovias e saneamento. Em nota, o Ministério do Planejamento contestou o estudo sob alegação de que o investimento público no setor alcançou R$ 54,7 bilhões até maio, cifra que representa um crescimento de 4,5% sobre o ano passado. O governo alega que o investimento do setor privado cresceu quatro vezes mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) desde 2007. Para a Inter.B Consultoria, a diferença se deve, principalmente, ao fato do estudo não contabilizar investimentos no setor de óleo e gás. Só no 1º trimestre, o orçamento da Petrobrás foi de R$ 19,8 bilhões. Além disso, o dado do governo incluiu mais dois meses na contagem. Os dados fechados pela equipe da Inter.B mostram que o investimento em infraestrutura atingiu 2,29% do PIB nominal em 2012 – ou R$ 100,6 bilhões em números absolutos. O resultado foi um avanço de 0,20 ponto percentual em comparação a 2011, mas ainda está longe dos 2,46% do PIB de 2008, ano de maior investimento relativo no setor desde o início do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A julgar pelos dados de janeiro a março, em 2013 não haverá aumento da fatia do PIB destinada ao setor. As obras da Copa e o fraco crescimento do PIB tiveram efeitos importantes na recuperação dos números de 2012. O programa de concessões do governo Dilma Rousseff também ajudou, com o início dos aportes privados e da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO) nos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. Apesar de admitir que os investimentos costumam se acelerar ao longo do ano, Frischtak alerta que o 2º semestre reserva apenas uma corrida administrativa do governo para acelerar os leilões de rodovias, ferrovias e aeroportos. "Vai ser apenas uma preparação para os investimentos em 2014", diz o economista.
  • Previsão para SELIC 2013 continua em 9,25%: ao ano: Segundo as projeções do Banco Central, em seu último Boletim Focus de julho, a taxa SELIC deve ficar em 9,25% em 2013 (mesmo valor em relação à projeção feita no início do mês). Para 2014, a projeção também se manteve em 9,25%. Ou seja, vai se confirmando a expectativa de que haja, pelo menos, mais um aumento da SELIC ainda em 2013. A próxima reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária) está marcada para 27 e 28 de agosto.
  • Alta da SELIC na última reunião coloca o Brasil como 2º do mundo em juros reais: A elevação da taxa básica de juros (SELIC) ocorrida na última reunião do COPOM colocou o Brasil na 2ª colocação do ranking de juros reais do mundo, segundo levantamento feito pelo site MoneYou, que considera as taxas praticadas em 40 países. Considerando-se as taxas de juros atuais dessas nações, descontadas a inflação projetada para os próximos 12 meses, a taxa de juros reais brasileira, de 2,5%, está atrás apenas da China, com 2,9%. Em termos nominais, o Brasil ocupa a 3ª colocação, atrás de Venezuela e Argentina, com taxas de 15,63% e 11,38%, respectivamente. O levantamento do MoneYou mostra ainda que, se o COPOM tivesse optado por um aumento da SELIC de 1 ponto percentual, o Brasil estaria no topo da lista dos maiores pagadores de juros reais, com 3,00%.
  • Inflação medida pelo IPCA desacelera fortemente para 0,03% em julho: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou variação positiva de 0,03% em julho, bem abaixo da taxa registrada em junho, que foi de 0,26%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o menor valor para o índice desde julho de 2010, quando o IPCA ficou em 0,01%. O IPCA acumula altas de 3,18% no ano (ainda acima dos 2,76% identificados em 2012) e de 6,27% nos últimos 12 meses, o que situa o indicador oficial de inflação no País acima do teto da meta de 6,5% estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Continuando em desaceleração, o grupo ‘Alimentação e Bebidas’ foi de 0,04% em junho para -0,33% em julho, com impacto de -0,08 ponto percentual no resultado geral do IPCA. Desde julho de 2011 não ocorria deflação no grupo de ‘Alimentos e Bebidas’. Entretanto, o maior impacto no índice em julho veio do grupo ‘Transportes’, que apresentou deflação de -0,66%, maior que o grupo ‘Alimentos e Bebidas’, exercendo impacto de -0,13 ponto percentual no IPCA de julho. Outro grupo que apresentou forte deflação no mês foi ‘Vestuário’, com índice de -0,39%, e impacto de -0,03 ponto percentual no IPCA. Em contrapartida, o grupo ‘Despesas Pessoais’ foi o que apresentou maior variação positiva, com inflação de 1,13% em julho, impactando em 0,12 ponto percentual o IPCA do mês. Segundo as projeções do Banco Central, em seu último Boletim Focus de julho, o IPCA deve ficar em 5,75% em 2013 (a projeção feita no início do mês era de 5,81%). Para 2014, a projeção está em 5,87% (no início do mês era de 5,90%).
  • Indicadores mostram inflação brasileira imune ao aumento dos juros: Indicadores de variação de preços relativos aos meses de junho e julho apontam para uma mudança de rota na inflação no 2º semestre deste ano. Em vez da tão debatida inflação de demanda, que vem justificando o ciclo de alta da taxa básica de juros pelo Banco Central, o que já está presente nas estatísticas dos preços no atacado é a inflação de custos, cujo antídoto nada tem a ver com a alta da SELIC, como ressalta a professora da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), Laura Barbosa de Carvalho. "Tentar cortar a demanda é o que, definitivamente, não funciona", alerta. Entre as principais altas nas variações de preços na porta de fábrica, medidas pelo Índice de Preços ao Produtor (IPP) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - cuja taxa passou de 0,24% para 1,33% de maio para junho -, destaca-se a contribuição de itens que têm os preços diretamente influenciados pelo aumento de custos, sobretudo, pelo Dólar. O câmbio interfere principalmente os preços dos produtos químicos, que têm ainda o agravante de funcionar como contaminadores do restante da cadeia produtiva. A indústria química é a 2ª em importância na formação do Produto Interno Bruto (PIB) industrial e fornecedora de matéria-prima para a maioria dos produtores, da agricultura ao aeroespacial. Manoel Campos Souza Neto, analista socioeconômico do IBGE, aponta os químicos como 2º principal responsável pela forte aceleração do IPP de junho, atrás apenas dos alimentos. Mas eles não são os únicos contaminados pelo câmbio. Também os preços de itens de informática e de papel e celulose estão no rol de segmentos que tiveram os custos elevados por utilizar e muitos componentes importados na fabricação e que repassaram a alta para os consumidores. Já em julho, o Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M), do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), revela altas expressivas no atacado, também motivadas pelo câmbio. Os preços dos químicos orgânicos aceleraram de -1,32% em junho para 1,94% no mês passado. Neste grupo estão, por exemplo, os fertilizantes, insumo agrícola. Os químicos inorgânicos, como o plástico utilizado na embalagem de uma infinidade de produtos, teve o indicador acelerado de 0,66% para 1,02%. "O avanço das taxas é explicado, quase na totalidade, pelo câmbio", diz André Braz, economista do IBRE/FGV. O IGP-M traz ainda a contaminação dos preços do querosene de aviação (de -2,98% para 3,52%), de computadores (de -0,56% para 0,46%) e da celulose (de 2,21% para 3,38%). "A influência do câmbio ganhou mais peso em julho, na inflação de alguns produtos no atacado,mas ainda não aparece como uma contribuição definitiva na totalidade do IGP-M", ressalta Braz. Laura, da FGV-SP, salienta que, na verdade, a economia brasileira é marcada pelos custos há muitas décadas. Por causa da indexação de contratos, dos reajustes salariais, da utilização em larga escala de insumos importados e também do câmbio, esse é um fenômeno típico da inflação brasileira. Ela discorda da análise de muitos economistas de que a demanda desenfreada compromete o crescimento econômico. Em sua opinião, os que defendem o remédio da alta de juros e de políticas fiscais mais severas baseiam suas análises em projeções de crescimento potencial da economia pouco factíveis, revistas frequentemente, sem muitos fundamentos técnicos. Apesar de ser uma característica da inflação, diz ela, neste início de semestre, a alta do Dólar contribuiu para intensificar ainda mais o peso dos custos na inflação. Mas, em sua opinião, a alta dos juros não é a melhor solução nesse caso. Ela indica a desindexação de contratos, embora reconheça que seja uma medida de baixa popularidade, porque, em um primeiro momento poderá frustrar as expectativas de melhores ganhos por parte de trabalhadores ou de empresários. Na indústria química, a alta do Dólar já foi em parte repassada para os preços dos produtos, informa a Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM). Fernando Figueiredo, presidente da entidade, ressalta que não foi possível repassar toda a valorização, por causa do atual estágio de economia enfraquecida e retração da demanda. Ainda assim, o segmento foi favorecido com a baixa do Real, por causa da retração da concorrência de produtos importados, o que impede que as empresas atuem com margens comprimidas.
  • Inflação medida pelo IGP-M desacelera de 0,75% em junho para 0,26% em julho: O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), a chamada ‘inflação do aluguel’, fechou julho em 0,26%, informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado do IGP-M de julho ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas. Com isso, o acumulado em 2013 está em 2,01%, e nos últimos 12 meses, o índice está em 5,18%. Segundo as projeções do Banco Central, em seu último Boletim Focus de julho, o IGP-M deve ficar em 4,69% em 2013 (a projeção feita no início do mês era de 4,88%). Para 2014, a projeção está em 5,50% (no início do mês era de 5,40%).
  • Dólar fechou julho em R$ 2,2820: O Dólar encerrou o mês de julho beirando os R$ 2,30. A cotação de 31 de julho foi de R$ 2,2820, ante R$ 2,2310, verificada no início do mês. Foi o 3º mês consecutivo de elevação da moeda americana frente ao Real. O Euro fechou julho a R$3,0452, ante R$ 2,9122, verificado no início do mês. Especificamente com relação ao Dólar, em julho o Dólar apresentou ganho de +2,28%, e no ano, até agora, acumula alta de +11,53%, liderando o ranking de investimento de 2013. A previsão para a taxa de câmbio, feita pelo Banco Central para 2013, conforme o último Boletim Focus de julho, é de R$2,25 (no início do mês era de R$ 2,20). Para 2014, a taxa de câmbio está estimada em R$ 2,30 (no início do mês era de R$ 2,22). Ou seja, confirmam-se as previsões deste boletim de que as projeções deverão sofrer ajustes para cima, com base no comportamento atual do câmbio para o período futuro.
  • O que explica a valorização do Dólar nos últimos meses?: A valorização do Dólar tem ocorrido principalmente pela incerteza do mercado sobre em qual momento o Federal Reserve - FED, o banco central dos Estados Unidos, vai reduzir os estímulos da economia americana. "Ainda há uma visão de que em algum momento as taxas de juros vão subir nos Estados Unidos, o que provoca uma fuga dos investidores (do Brasil)", afirmou Michael Viriato, professor do Insper. "Há muita volatilidade no mercado. É difícil dizer se há uma tendência de desvalorização da moeda brasileira." A saída de investidores tem afetado o desempenho da Bolsa neste ano. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (IBOVESPA) já caiu 20,86% em 2013 e está na lanterna do ranking de investimentos no país. No mês passado, porém, veio um alívio: o Ibovespa avançou 1,64%, a primeira alta da Bolsa neste ano. Em parte, a recuperação ocorreu justamente pela indicação de que o FED não deve retirar os estímulos tão rápido como o mercado esperava. "Houve uma recuperação em função de o FED dar o indicativo de que ele não vai retirar esses estímulos tão rapidamente, o que acabou favorecendo a Bolsa", disse Fabio Colombo, administrador de investimentos. Além da turbulência internacional, a Bolsa brasileira tem sido prejudicada pelo cenário macroeconômico ruim. As previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano estão próximas de 2%. Em julho, a boa notícia para o investidor foi a menor pressão inflacionária. O cenário de investimento do mês passado também foi marcado por um bom desempenho dos fundos DI, que superaram a poupança nova. As aplicações a juros foram favorecidas pelo aumento da SELIC, de 8% ao ano para 8,5% ao ano. "Mas, analisando numa escala mais ampla, a inflação continua rodando na faixa de 6%. Para uma SELIC de 8,5%, a perspectiva de ganho continua ruim para o investidor que aposta na renda fixa quando são descontados a taxa de administração e o Imposto de Renda das aplicações", afirmou Colombo. O momento de incerteza no cenário de investimentos reforça a tese de diversificação, segundo Colombo. "O investidor não pode colocar todos os ovos na mesma cesta. Quem é extremamente conservador deve procurar aplicações com custos baixos. É preciso batalhar pelos custos e pesquisar bastante", afirmou. Na avaliação do professor do Insper, o mercado acionário pode trazer ganhos interessantes por causa da forte queda do Ibovespa em 2013. "Uma queda de 20% no mercado acionário brasileiro ainda é muito forte. O resultado das empresas pode trazer números pouco agradáveis, o que ainda deve pressionar a Bolsa brasileira. Mas grande parte desses resultados já está refletida no preço das ações", afirmou Viriato. "Continuo acreditando que a Bolsa pode melhorar até o fim deste ano”.
  • Número de famílias endividadas chega a 65,2% em julho: O endividamento das famílias em julho voltou a crescer na comparação com junho e chegou a 65,2%. Em junho o percentual era 63% quando houve recuo em relação a maio (64,3%). Este foi o 2º maior resultado da série, de acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso, ou inadimplentes, aumentou tanto em relação ao mês anterior como na comparação com o mesmo período de 2012, ao chegar a 22,4% em julho. Foi o maior percentual nos últimos 12 meses. Em junho foram registradas 20,3% de famílias inadimplentes e em julho de 2012, 21%. A proporção das famílias que se declararam muito endividadas aumentou pelo 5º mês consecutivo, alcançando 13,3%, embora menor que a proporção de julho de 2012, que foi de 14,1%. O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso apresentou trajetória semelhante, alcançando 7,4% em julho de 2013, na comparação com 7,2% em junho e 7,3% em julho do ano passado. Apesar da alta e da tendência recente de crescimento do número de famílias endividadas, a pesquisa revela que a percepção das famílias em relação às dívidas e à capacidade de pagamento ainda está em patamares favoráveis. O estudo diz ainda que o comportamento positivo deve-se ao “leve arrefecimento da inflação e mercado de trabalho ainda aquecido, entre outros fatores que proporcionam condições positivas para os indicadores de inadimplência”. Os tipos de dívidas mais comuns foram: cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo, prestação de carro e seguro. O cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 75,2% das famílias endividadas, seguido por carnês, para 17,9%, e, em terceiro, por financiamento de carro, para 12,1%.
  • Brasil gerou 123.836 novos empregos formais em junho: Segundo os últimos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), referentes a junho de 2013, foram criados no Brasil 123.836 novas vagas de emprego com carteira assinada, equivalente a uma expansão de 0,31% no estoque de assalariados com carteira assinada do mês anterior. No acumulado do ano de 2013, os dados mostram um acréscimo de 826.168 novos empregos formais. Nos últimos 12 meses, o aumento foi de 1.016.432 postos de trabalho. O comportamento do mês de junho originou-se da expansão de todos os oito setores de atividade econômica, com destaque para: a Agricultura, com +59.019 novos postos (ou +3,65%), em função da presença de fatores sazonais; os Serviços, com +44.022 novos postos (ou +0,27%), revelando saldo superior à média de 2003 a 2012 (+42.706 postos), e mostrando uma reação quando comparado com os resultados do mesmo mês do ano anterior (+30.141 postos) e com relação ao mês de maio de 2013 (+21.154 postos); o Comércio, com +8.330 novos postos (ou +0,09%); a Indústria de Transformação, com +7.922 novos postos (ou + 0,09%); e a Construção Civil, com +2.092 novos postos (ou +0,07%), que apresentou resultado menor quando comparado com o mesmo mês do ano anterior (+4.244 postos), mas indicando uma melhora em relação ao mês de maio, quando registrou variação negativa de -1.877 postos, ou -0,06%.
  • Taxa de desemprego é de 6,0% em junho, segundo o IBGE: A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nas seis principais regiões metropolitanas do país, ficou em 6,0% em junho, 0,2 ponto percentual acima da taxa verificada em maio. Em comparação a junho de 2012, a taxa apresentou variação positiva de 0,1 ponto percentual.
  • Pesquisa aponta que emprego deve crescer no 2º semestre de 2013: O coordenador da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Estadual de Análise de Dados (SEADE), Alexandre Loloian, acredita que a oferta de vagas de emprego deve crescer no 2º semestre deste ano. Segundo ele, o mercado de trabalho, em geral, fica mais aquecido nos últimos seis meses do ano em comparação ao 1º semestre. O economista destacou que a situação encontrada pela PED no mês de junho não foi tão ruim em comparação aos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) da Pesquisa Mensal de Emprego (PME). A economista do Dieese, Ana Maria Belavenuto, também prevê reação do mercado nos próximos meses. Para ela, a política de desoneração fiscal para as empresas vai sustentar a oferta de vagas. De acordo com a PED, a taxa de desemprego recuou em junho, passando de 11,2% em maio para 10,9% da População Economicamente Ativa (PEA) no conjunto das sete regiões metropolitanas avaliadas. Entre os 39 municípios da região metropolitana de São Paulo, o índice alcançou 11,3% em junho, ante 11,4% em maio. Em junho do ano passado, a taxa ficou em 11,2% e, no mesmo mês de 2011, 11%. O menor indicador foi registrado em 1989, quando alcançou 9,7%.
  • Produção industrial avança 1,9% em junho: Em junho de 2013, a produção industrial nacional avançou 1,9% em relação ao mês imediatamente anterior, após registrar expansão de 1,8% em abril e queda de 1,8% em maio. Assim, os índices do setor industrial para o fechamento do 2º trimestre de 2013 foram positivos tanto no confronto com igual período do ano anterior (4,3%), como na comparação com o 1º trimestre (1,1%). No índice acumulado nos seis primeiros meses de 2013, a atividade industrial avançou 1,9% frente a igual período do ano anterior. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos doze meses, ao mostrar variação de 0,2% em junho de 2013, manteve a trajetória ascendente iniciada em dezembro do ano passado (-2,6%), e assinalou o 1º resultado positivo desde dezembro de 2011 (0,4%). A expansão no ritmo da atividade industrial em junho teve perfil generalizado de taxas positivas, com três das quatro categorias de uso e 22 dos 27 ramos pesquisados apontando avanço na produção. Entre as atividades, as principais influências positivas foram assinaladas por farmacêutica (8,8%), máquinas e equipamentos (3,2%), outros equipamentos de transporte (8,3%) e veículos automotores (2,0%). Entre as cinco atividades que reduziram a produção nesse mês, o desempenho de maior importância para a média global foi registrado por refino de petróleo e produção de álcool (-4,1%) que devolveu parte da expansão de 6,5% acumulada entre março e maio.
  • Aumento na expectativa de vida do brasileiro preocupa Previdência: A expectativa de vida do brasileiro cresceu 11,24 anos entre 1980 e 2010, mas os dados positivos sobre a esperança de vida da população divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam para problemas antigos que deverão se agravar nas próximas décadas. A preocupação principal, assim como apontam especialistas, é a política previdenciária brasileira, que precisará de atenção especial do Legislativo e do Executivo para não desencadear um colapso financeiro. O déficit da Previdência Social atingiu no fim de 2012 R$ 42,3 bilhões, alta de 9% em relação a dezembro de 2011, quando a conta ficou negativa em R$ 38,8 bilhões. Apenas no mês de junho deste ano, o déficit nas contas da Previdência chegou a R$ 3,2 bilhões, frente aos R$ 2,9 bilhões contabilizados no mesmo mês de 2012 — alta de 7,8%. Segundo o especialista em Direito Previdenciário, André Viz, apenas o fator previdenciário, em vigor desde 1999 no Brasil, não será suficiente para conter o saldo negativo nos cofres do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). “A previdência vai precisar se readequar para absorver na folha de pagamento novos aposentados que receberão do Estado por mais tempo. O fator previdenciário criou certo equilíbrio nas contas da União, mas não será suficiente para custear essa nova demanda. Políticas restritivas, além da ampliação da arrecadação, deverão ser implementadas pelo governo para fazer com que a conta feche no azul”, conclui. De acordo com a pesquisa, o Brasil terá mais idosos vivendo por mais tempo, mas especialistas destacam a falta de políticas públicas específicas para o novo perfil da população. O cenário da terceira idade, sobretudo no Brasil, vive carências históricas que não entram nas pautas do Legislativo. De acordo com Sérgio Camargo, especialista em previdência social, o Brasil vai experimentar, nos próximos anos, os resultados da omissão aos idosos, que serão maioria no país. “A pesquisa do IBGE constata que o Brasil foi impactado de maneira positiva com os efeitos do avanço mundial na tecnologia e, consequentemente, no avanço da medicina em seus diversos aspectos, o que contribui para que a população viva mais e melhor. Entretanto, o governo não conseguiu traduzir estes números em investimentos eficazes de políticas públicas em saúde, educação, lazer, assistência social, dentre tantas outras necessárias, para sem a interferência internacional, alcançar o mesmo resultado”, afirma. A região Nordeste foi a que registrou o maior crescimento na taxa de expectativa de vida em 30 anos, com aumento de 13 anos. Em todas as regiões e estados do país, o IBGE constatou acréscimos na esperança de vida ao nascer. No Brasil, em 2010, a esperança de vida ao nascer era de 73 anos, 9 meses e 3 dias, revelando um acréscimo de 11 anos, 2 meses e 27 dias em comparação com 1980, quando o índice era de 62,52 anos. Mesmo sendo destaque principal no levantamento, o Nordeste, segundo Camargo, não recebeu a atenção necessária para, de fato, despontar em estatísticas positivas. “De forma paliativa, as políticas públicas para o Nordeste implicaram no aumento da expectativa de vida, mas não no avanço da região como um todo. O Nordeste tornou-se foco de preocupação não apenas do governo brasileiro, mas de diversas entidades internacionais, o que de certo dificulta saber o que realmente resultou da aplicação do que se quer chamar de políticas públicas específicas para a região”, complementa. De acordo com o levantamento, moradores da Região Sul registraram a maior taxa de expectativa de vida, podendo viver até 75,84 anos. Em seguida, vem o Sudeste, com 75,40 anos. Na terceira posição está o Centro-Oeste, com 73,64 anos. O Nordeste ficou em quarto, com 71,20 anos e, na última posição, está o Norte, com 70,76 anos. No Rio de Janeiro, estado que a pesquisa aponta para expectativa de vida 9,9 anos maior, a preocupação do governo estadual se transformou, no início deste ano, em mais uma pasta, voltada para a crescente população idosa. “Somos uma secretaria nova que pretende, com a expectativa de vida maior, focar em políticas públicas para cuidar dessa faixa da população. Este ano a receita total para investimentos em projetos específicos é de R$ 9 milhões, mas com perspectivas financeiras muito superiores para 2014”, diz Marcus Vinícius Neskau, secretario estadual de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida. Para atender à população idosa no país, o Ministério da Saúde criou, em 2006, de acordo com as recomendações da Organização das Nações Unidas (OMS), a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa que promove, entre outras diretrizes, políticas públicas de atenção à saúde, além de programas que incentivam a educação.