sábado, 2 de abril de 2011

Caso Wikileaks alerta empresas sobre riscos do vazamento de informações

Mais uma reportagem que destaca a importância das empresas em olharem para a informação como seu principal ativo!! E mais: o foco das organizações deve ser muito mais "na mudança de comportamento das pessoas" do que na tecnologia. 
 
A reportagem foi publicada no Valor OnLine em 01 de abril de 2011, intitulada “Caso Wikileaks alerta empresas sobre riscos do vazamento de informações”. Replico abaixo a reportagem, que pode ser acessada também pelo link
 
Abraços a todos!!
 
Caso Wikileaks alerta empresas sobre riscos do vazamento de informações
Janes Rocha | De Nice - 01/04/2011

Em 2010 o site de notícias Wikileaks protagonizou um dos episódios mais polêmicos do ano ao divulgar para o mundo documentos sigilosos vazados do governo americano. Para Mike Redding, diretor global da área de pesquisa e desenvolvimento da consultoria Accenture, o caso traz duas lições importantes para as empresas em termos de gerenciamento de informações internas.

Primeiro, é preciso pensar em distribuir as informações por camadas hierarquizadas desde o início do desenvolvimento dos sistemas. Segundo, é fundamental delimitar muito bem dentro da empresa quem vai ter acesso a quê.

"Embora ainda não tenhamos todos os dados disponíveis sobre o caso Wikileaks, pelo que tem sido divulgado o problema foi que havia um sujeito de um nível bem baixo na hierarquia militar que tinha acesso a muita informação que não precisava ter. Eles tinham, obviamente, um nível básico de segurança. Era uma abordagem simplista", afirmou.

Formado em engenharia elétrica e ciência da computação pela Universidade de Princeton nos EUA, Redding é especialista em gerenciamento de informações, comandando, de sua base em Chicago, nos Estados Unidos, os seis laboratórios de tecnologia da Accenture no mundo - San José (Califórnia), Reston (Virgínia), Chicago (Illinois), Sophia Antipolis (França), Bangalore (Índia) e Beijing (China).

Ele falou ao Valor no intervalo de uma apresentação para a imprensa internacional das pesquisas desenvolvidas pela Accenture em sua sede no polo tecnológico de Sophia Antipolis, nos arredores da cidade de Nice, na Costa Azul francesa.

Redding disse que o vazamento de informações dentro de uma organização não é um problema apenas dos governos em geral e das Forças Armadas. A situação dentro das empresas, segundo ele, é ainda pior. "Se um profissional precisa acessar 15 sistemas e possui senhas diferentes para cada um deles, ele vai acabar escrevendo isso em algum lugar para poder se lembrar", afirma. Esse comportamento torna o sistema vulnerável e, junto com a grande pressão dentro das companhias para tornar as coisas mais fáceis e ágeis, torna os controles frágeis. "É nesse momento que você começa a deixar dados disponíveis para quem não precisa vê-los", alerta Redding.

Na opinião do especialista, o problema da maioria das empresas é mais de organização do que de soluções puramente tecnológicas. É preciso tomar cuidados desde os mais simples, como prestar atenção a comportamentos estranhos dentro da empresa. "Por que aquele funcionário baixou centenas de milhares de documentos? Que tipo de trabalho ele faz que precisa de todas essas informações no seu computador?", diz.

Ele menciona outro exemplo, desta vez em uma empresa de seguros que tem um atendente que começa a acessar cadastros dos clientes além da média. "Se ele atende 200 chamadas e acessa 500 arquivos por dia, alguém precisa questionar o que está acontecendo", afirma.

O importante, segundo ele, é que as empresas fiquem atentas e procurem por comportamentos que fujam dos padrões para um setor ou um indivíduo. "Não significa necessariamente que haja algo errado, mas vamos checar".

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